quinta-feira, agosto 27, 2009

Em Tempo de Twitter


Cada vez fica mais difícil registrar a história, paradoxalmente, por excesso de fontes.

Vejam por exemplo, essa questão da crise na Receita Federal.

Em um primeiro momento nos vemos diante de supostas ingerências políticas do Planalto na Receita Federal em função da ênfase na fiscalização de grandes contribuintes, entre eles, é claro, a Petrobras.

Num segundo momento, elementos ligados ao sindicato que se opõe àquele representado pela equipe de Lina, tendo como expoente maior o ex-secretário Everardo Maciel, acusam sua gestão de incompetência e afirmam que a suposta pressão política exercida por Dllma Roussef e os problemas fiscais da Petrobras seriam factóides.

Vêm então as demissões espontâneas em protesto ao que seria uma ação não republicana do governo federal que são interpretadas pelo próprio governo como atitudes normais de quem já sabia que seria exonerado. Ou seja, uma guerra de posições dentro da Receita e nós, os contribuintes, meros expectadores.

Tudo isso circula na imprensa, em blogs e em primeira mão no Twitter nos deixando literalmente inundados de versões. A base do governo se apoia na posição defendida pelo antigo secretário, que diga-se de passagem, foi secretário na era FHC e até Lina Vieira mantinha uma grande influência dentro da Receita. A oposição se agarra nas demissões espontâneas para sugerir investigações.

Como encontrar o caminho da verdade, uma tarefa quase impossível com tanta profusão de fontes.

Os historiadores do nosso tempo de Twitter terão muitas dificuldade em relatar a verdade dos fatos e acabaremos por ter uma história enviesada.

quarta-feira, agosto 26, 2009

MPHP no Twitter


Desde maio/2009 aderimos à onda do Twitter ferramenta importante se bem utilizada e que permite que nossas idéias sejam espalhadas por seguidores, ou seja, pessoas que aprovam nossos textos e decidem acompanhá-los.

Estamos atuando no Twitter com os mesmos três pilares que caracterizam a MPHP: Combate ao Obscurantismo Religioso, Problemas Brasileiros e Ciência e Tecnologia na Fronteira do Conhecimento.

Estamos no Twitter sem fazer qualquer promoção até agora tendo alcançado até essa data 47 seletos seguidores. É pouco perto do número de seguidores de celebridades e organizações importantes na mídia.

Esses 47 seguidores nos seguem, exclusivamente, por gostar do que escrevemos e é dessa maneira que pretendemos contar com você, visitante da MPHP.

Clique no link a seguir se você acompanha nossos textos e deseja se tornar nosso seguidor no Twitter. Vamos tentar chegar logo aos 100 seguidores e dai para mais defendendo, por exemplo, a Ética e o Voto Virgem.

Siga a MPHP no Twitter.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Ética e Cultura


Já escrevemos bastante na MPHP sobre Ética, ocasião em que concluímos que a ética é uma necessidade da sobrevivência humana. Convido-os a ler aquele link, pois o que vamos desenvolver aqui é decorrência.

Os recentes acontecimentos que assistimos no Congresso Nacional, mormente no Senado, trouxeram para a discussão na Sociedade com bastante freqüência a questão da ética na política quando comparada com que constatamos na prática de uma ética partidária.

Aliado a esses fatos, vemos frequentemente o Presidente da República fazer comentários em questões que melhor seria, em respeito à tal liturgia do cargo, que ele ficasse calado.

As manifestações do Presidente Lula mostraram ao país um presidente que dá pouca ou nenhum valor à ética e, como já tivemos ocasião de escrever aqui mesmo, instituiu a Ética do Companheiro.

No entanto, talvez estejamos diante de um presidente que não reconheça os valores éticos em função da sua cultura, pois cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referimos a palavra cultura como sendo a quantidade de conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, conforme explica Herbert Gonçalves Espuny em sua tese sobre Ética no Serviço Público.

Em outros governos, sem citar nome dos mandatários, jamais tivemos um presidente aprovando publicamente comportamentos nitidamente classificados como antiéticos e isso, estou convencido, não se dá hoje com o presidente Lula por má fé, mas por desconhecimento do que seja uma cultura ética.

Esse fato acende uma luz amarela no nosso senso crítico ao escolher um governante. É muito bonito e tocante mostrar ao mundo um presidente com a história de retirante que chegou ao mais alto cargo da nação, mas é preciso saber os riscos envolvidos nessa situação.

Por mais que o presidente queira se identificar com o povo, condição que na realidade ele consegue facilmente, suas manifestações devem servir de exemplo à nação e nunca serem niveladas por baixo e o nivelamento por cima só seria possível se o presidente conhecesse plenamente a cultura ética necessária para o exercício de seu cargo.

sábado, agosto 15, 2009

Denuncismo atinge os Submarinos


Num espaço de menos de dois meses duas reportagens de "O Globo" assinadas pelo jornalista José Meirelles Passos pretendem sugerir um cunho excuso à opção da Marinha Brasileira pelos submarinos Scorpene de projeto francês, inferindo improbidades conforme as que estamos assistindo, diariamente, no momento atual brasileiro.

As reportagens possuem claramente o dedo da concorrência alemã e não faz jus aos rigorosos estudos realizados pela Marinha e que conduziram à escolha do submarino Scorpene, em substituição aos já operados pela Marinha do Brasil, da classe IKL209/1400 e IKL209/1400mod, de fabricação alemã.

A escolha da Marinha privilegiou, principalmente, um modelo de submarino que se adequasse ao projeto do submarino nuclear que a Marinha Brasileira desenvolve em Aramar, no Estado de São Paulo.

A MPHP vai publicar em breve os detalhados aspectos técnicos que definiram a escolha dos submarinos para a Marinha em um longo e completo artigo em continuação a Estratégia Nacional de Defesa: Um Plano de Estado.

O cunho denuncista e pré-eleitoral é evidente quando o articulista, demonstrando total desconhecimento da diferença e tipicação entre investimentos de defesa e investimentos sociais, compara o custo dos submarinos ao programa Bolsa Família.

Tal equívoco é comum em um país que ainda não aprendeu que os investimentos em defesa são diretamente relacionados com o desenvolvimento e que esta questão deve ser tratada de forma séria por toda a sociedade civil e não apenas pelos meios militares.

Diversos outros aspectos inerentes a esssa questão, especialmente, a questão da Base de apoio a ser construída incluída no pacote Francês e que, ao contrário do que quer dar a entender o O Globo, já fazia parte da END e não foi forçada pelos franceses e o apoio em termos de transferência de tecnologia ao desenvolvimento do casco do submarino nuclear o que torna impossível a comparação de custos entre os dois projetos (francês e alemão).

quinta-feira, agosto 13, 2009

Desconformidade Universal


As acusações que pairam sobre Edir Macedo e os demais dirigentes da IURD são infinitamente mais graves dos que aquelas que fizeram os líderes da Igreja Renascer permanecerem na cadeia, nos E.U.A, impedidos de retornar ao país.

No entanto, quem espera que Edir Macedo e seus colaboradores sejam presos?

Macedo sabia muito bem da importância de criar um partido e ser aliado de Lula e do simplório Alencar. No Brasil, apesar da constitucional separação entre os poderes, sabemos que as coisas não funcionam bem assim. Ainda mais se considerarmos o temor da pecha de "perseguição religiosa".

Até quando as reformas que tramitam no Congresso para mudança do Código e do Processo Penal serão embarreiradas pelo "lobby do deixa tudo como está" causando essa desconformidade universal?

Até quando o poder econômico se utilizará dos intermináveis recursos disponíveis?

Até quando criminosos devidamente comprovados continuarão respondendo seus crimes em liberdade e ainda dirigindo suas hordas criminosas?

Triste povo esse nosso que assiste tudo de braços cruzados desde a violência nas ruas até à vergonha no Congresso Nacional aonde a mentira é virtude.

Infelizmente, continuaremos a ter que engolir os Sarneys, Os Edirs, os Renans os Collors e muitos outros enquanto não houver uma total banho ético na sociedade e a memória dos brasileiros continuar esquecendo rapidamente de seus algozes.

terça-feira, agosto 04, 2009

Chamada aos Cara-Pintadas


Se o esquema descrito hoje pelo jornalista Josias de Sousa da Folha de São Paulo se concretizar, só nos resta a manifestação popular no espírito dos cara-pintadas de 1992.

Aliás, Collor foi um dos protagonista junto com Renan da defesa acalorada de Sarney no Congresso na volta do recesso. Collor culpa a mídia que segundo ele nem ela nem ninguém vai retirar Sarney da cadeira de presidente do Senado.

Impressiona a tranquilidade com que um esquema de defesa é armado no Conselho de Ética sem se importar com as conseqüências e desprovido de qualquer dose de ética, qualidade da qual o tal conselho apenas usa, indevidamente, o nome.

Diante de tal perspectiva só resta à sociedade a movimentação popular.

sábado, agosto 01, 2009

O Gene do Nepotismo


Os acontecimentos recentes do Senado nos motivaram a publicar "O Gene do Nepotismo" no qual, ajudado por Raimundo Faoro, tentamos explicar a inclinação brasileira ao nepotismo.

terça-feira, julho 28, 2009

Humorismo Descolado


Concordamos com o humorista Jô Soares que o humor é fundamental e auxilia através da crítica para a solução de problemas nacionais, mas ressaltando que há de se ter critério em não se transformar tudo em piada para não corremos o risco de desfocar a importância das questões.

Foi o que aconteceu no último dia 22/07 durante o seu programa das quartas-feiras no qual participam as famosas "Meninas do Jô".

Jô, ao comentar a visita de parlamentares a Paris no dia da comemoração da queda da Bastilha com despesas pagas por fabricantes de aeronaves que estão na concorrência para o fornecimentos de caças para o Brasil, fez alguns comentários infelizes que desfocam a importante tarefa de modernização das forças armadas prevista no recente plano Estratégia Nacional de Defesa - END.

Antes de fazer piadinhas do tipo "se o Brasil vai à guerra eu quero ser informado para me alistar" Jô Soares deveria procurar conhecer os objetivos da EAD para não falar bobagens que com sua notável influência como formador de opiniões pode contribuir para minimizar a importância dessa iniciativa para o país, que para a sua execução necessita que toda a Sociedade Brasileira esteja afinada com esses objetivos.

Não Jô Soares, o Brasil não vai à guerra, mas com todas as suas riquezas que estão gerando a cobiça internacional e em função da geopolítica continental precisa ter forças armadas modernas, ágeis e independentes tecnologicamente para assim serem capazes de defendê-las caso necessário.

sábado, julho 25, 2009

Estudo Sugere Que o H1N1 É Mais Perigoso


KurzweilAI.net

O vírus pandêmico da gripe H1N1 (vermelho) tem se mostrado mais virulento do que os cientistas acreditaram inicialmente. A forma filamentosa do vírus, que nesta imagem foi recentemente retirada de células infectadas é também uma imagem incomum: Clique na imagem para aumentá-la: cortesia Yoshihiro Kawaoka.

Um relatório publicado em 13 de julho de 2009 no Journal Nature, escrito por um time internacional de pesquisadores liderados pelo virologista da UW-Madison, Yoshihiro Kawaoka, provê um retrato detalhado do vírus pandêmico e suas qualidades patogênicas.

Em contraste com o vírus comum da gripe sazonal o vírus H1N1 exibe uma habilidade de infectar as células profundamente no pulmão, aonde causa pneumonia e em casos mais graves a morte. O vírus sazonal infecta, tipicamente, somente células da parte mais superficial do sistema respiratório.

"Existe um mal entendido à respeito desse vírus" afirma Kawaoka, um professor de ciências patológica na Escola UW-Madison de Medicina Veterinária e uma autoridade líder em influenza. "As pessoas pensam que essa patogenia pode ser similar à da influenza sazonal. Esse estudo mostra que este não é o caso. Existe uma evidência clara que o vírus é diferente daquele da influenza sazonal."

A habilidade para infectar os pulmões, nota Kawaoka, é uma qualidade assustadoramente similar àquelas de outras viroses pandêmicas, notadamente o vírus de 1918, que matou dezenas de milhões de pessoas no rastro do final da primeira Guerra Mundial. Existem outras similaridades com o vírus de 1918, afirma Kawaoka, uma vez que o estudo também mostrou que pessoas nascidas antes de 1918 adquirem anticorpos que as protegem contra o novo vírus H1N1.

E é possível ele, completa, que o vírus possa se tornar ainda mais patogênco à medida que a atual pandemia siga seu curso e o vírus evolua para aduirir novas características. Estamos agora na estação da gripe no hemisfério sul do mundo e o que se espera é que o vírus retorne com força para o hemisfério norte durante as estações de gripe do outono e inverno.

Para acessar a natureza patogênica do vírus H1N1, Kawaoka e seus colegas infectaram diferentes grupos de camundongos, furões e primatas não-humanos - todos largamente aceitos como modelos para estudo da influenza com o vírus da influenza pandêmico e sazonal. Eles descobriram que o vírus H1N1 replica muito mais eficientemente no sistema respiratório do que o vírus influenza sazonal e causa lesões graves nos pulmões, similares àquelas causadas por outros tipos de vírus de gripe pandêmica mais virulentos.

Mídia, Influenza, Governos e OMS



Algo me diz que a interface Mídia, Governos e a OMS falhou na informação para a população sobre a nova gripe. Começou com a errônea denominação dada à gripe.

É verdade que o desconhecimento inicial sobre a atuação do virus H1N1 tenha contribuído para isso quando a gripe se instalou no México. No entanto, a partir do momento que se teve maior conhecimento dos efeitos da gripe no organismo humano a comunicação com o público deveria ter sido alterada, não para esconder a possível gravidade nas complicações respiratórias que podem levar à morte do paciente, mas para evitar o pânico que se instalou, por exemplo, no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, lotando hospitais, desnecessariamente, e prejudicando o atendimento daqueles que realmente precisam de internação.

O governo insiste em informar à população que a letalidade da nova gripe é menor do que a da gripe sazonal, mas continuou contabilizando e dando publicidade regular à ocorrência de novos casos e das eventuais mortes, aumentando a cada nova estatística o receio da população. Ora, ninguém tem intimidade com essas estatísticas anunciadas que causam enorme surpresa ao indicarem que morrem milhares de pessoas anualmente em função de gripe sazonal, sendo alguns desses milhares no Brasil (em julho de 2008, segundo o ministro Temporão, teriam sido 4500) e muito menos que sucumbem pessoas jovens e aparentemente saudáveis. Isso só faz aumentar a impressão de que o governo não tem o controle, não sabe o que diz e acaba promovendo a corrida aos hospitais.

Melhor seria parar com as divulgações e instalar uma maciça campanha de informação alertando para as diferenças entre a nova gripe e a gripe comum, detalhando os cuidados de higiene e contato do que a publicação diária de mortes e novos casos ainda mais que sabemos que os casos contabilizados estão longe da realidade.