quinta-feira, dezembro 11, 2014

Cai a Máscara da Comissão Nacional da Verdade (CNV)

Ontem, com pompa e circunstância com direito a lágrimas de crocodila (como não existe presidenta posso usar crocodila também) a nefanda Comissão Nacional da Verdade, ou meias verdades, presidida e conduzida com total parcialidade e incompetência, apresentou seu relatório final supostamente contendo verdades, mas que na realidade usa meias informações para, entre algumas confirmações de quebra de direitos humanos que sabemos ocorreram de ambos os lados embora só se enxergue um deles, também manchar a honra de militares com extensa folha de serviços ao país, que por irresponsabilidade na análise das informações coletadas foram, injustificadamente, rotulados pela simples circunstância, de por alguma razão, estarem próximos aos fatos.

Causa enorme perplexidade e indignação de como se atira no lixo, décadas de serviço sério e honesto, sem sequer convocarem as pessoas para dar quaisquer explicações ou depor.

É o caso por exemplo do Almirante Julio Saboya que foi fui rotulado como "tendo participação em casos de tortura, cuja execução acompanhava", afirmação feita a partir de dados completamente errados e inverídicos; a CNV teve acesso aos dados de carreira do Almirante (caderneta-registro) disponibilizado pela Marinha, mas não se preocupou, sequer, em verificá-los corretamente.

O relatório afirma que o oficial serviu na Ilha das Flores por dois anos - 1969 e 1970 - como Capitão-de-Corveta ; ele não serviu na Ilha das Flores e sim fora destacado do seu navio, CT Paraná, como 1º Tenente (com menos de 3 anos de formado), para auxiliar a realização de um IPM na Ilha das Flores, por cerca de dois meses, no primeiro semestre de 1969, retornando ao seu navio após o término do meu trabalho. Tudo consta dos assentamentos enviados à CNV. Quem conhece um pouco da vida militar sabe que oficiais modernos (novos) são destacados para atividades burocráticas como esta.

O citado oficial nunca acompanhou interrogatórios investigativos, realizados, eventualmente, por agentes externos, era apenas responsável pelos documentos formais do IPM, que apurava assaltos a bancos e atividades subversivas, sempre com escreventes e com os depoimentos lavrados e assinados. A verdade foi deturpada por quem deveria tê-la como principal objetivo.

Este é o tipo de trabalho que foi entregue à Presidente e que a fez chegar às lágrimas.

Uma Comissão que nitidamente enxerga apenas um dos lados, como se aqueles que pretensamente lutavam pela democracia, o que sabemos nunca foi o objetivo real, não tivessem, assaltado, assassinado e torturado, como meio de obter informações dos movimentos das forças de repressão da época. Infelizmente, a tortura é um traço do caráter humano existente em uma classe de seres humanos inferiores, que não se abstém de fazer uso dela quando estão no poder. Ela está por ai, em vários lugares do mundo, ainda hoje no século 21.

Como se expressou Reinaldo de Azevedo hoje:"De maneira indecorosa, a comissão ignorou os assassinados por grupos terroristas: há pelo menos 121. Não! Esses cadáveres não contam. Não devem entrar na categoria de carne humana. Também os atos violentos dos grupos terroristas foram banidos da verdade. A Comissão Nacional da Verdade quer nos fazer crer que só agentes do estado praticaram violência; que não houve terrorismo no Brasil; que as pessoas assassinadas pelos terroristas não eram humanas; que a emenda que convocou a Constituinte não foi aprovada por um Congresso soberano."

Não temos dúvidas que com as informações que começam a aparecer sobre o conteúdo do Relatório Final da CNV, vão surgir ações judiciais visando solicitar ao Presidente desta Comissão explicações de como presidiu as investigações sem tomar os cuidados necessários, pois quem decide liberar um relatório importante como este, que mexe com a vida e a reputação das pessoas, sem ouvir a outra parte não pode ser considerado justo nem verdadeiro

sexta-feira, dezembro 05, 2014

Liberdade do Medo, da Série Mulheres Sempre Grandes na História

Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz de 1991, reconhecida internacionalmente pela sua luta contra a tirania, por liberdade e dignidade é um exemplo vivo de luta pelos direitos humanos não só para seu povo na Birmânia (Myanmar) como para toda humanidade.

Suu Kyi recebeu além do Nobel da Paz em 1991, o Prêmio Rafto e o Prêmio Sakharov pela Liberdade de Pensamento em 1990. Em 1992 ela foi agraciada com o Jawaharlal Nehru Award for International Understanding pelo governo da Índia. Em 2007 o governo do Canadá transformou-a em cidadã honorária daquele país, a quarta pessoa a receber esta honra. Em 2001 foi agraciada com a Wallenberg Medal. Em 19 de setembro de 2012, Aung San Suu Kyi foi também contemplada com a Congressional Gold Medal, que juntamente com Presidential Medal a maior condecoração civil nos Estados Unidos.

Filha do grande herói nacionalista da Birmânia, Aung San, vivendo um boa parte da sua vida fora da Birmânia, visto que casada com um inglês, nunca desprezou sua identidade birmanesa e quando o destino lhe apresentou a ocasião não abandonou seus país, seu povo e a busca pela liberdade.

Retornando à Birmânia em 1988 por ocasião da doença de sua mãe, jamais deixaria a Birmânia novamente, convocada pelo povo de seu país para liderar a luta em prol da liberdade no país, oprimido por uma feroz junta militar desde um golpe de 1962. A Junta Militar tentava quebrantar seu espírito, separando-a dos familiares na Europa e oferecendo a falsa liberdade de deixar o pais para se juntar a eles. Ela estava, perfeitamente, ciente de que se o fizesse, jamais obteria autorização para regressar.

Desde o golpe de 1962 e até 2010, Myanmar foi governado por um regime militar estrito, com o nome "Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento". Apesar de algumas reformas, e a teórica instalação de um governo civil, em 2010, a Constituição ainda mantém o poder dos militares. O atual chefe de Estado é o presidente do Conselho, General Than Shwe. A maioria dos postos do gabinete é ocupada por oficiais militares. . Os principais partidos do país são a Liga Nacional pela Democracia e a Liga das Nacionalidades Shans pela Democracia, embora suas atividades sejam fortemente reguladas e mesmo suprimidas pelo regime militar que, ademais, proibiu o funcionamento de diversos partidos e organizações políticas.

Várias organizações de direitos humanos, inclusive a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, relatam casos de abusos do governo militar contra os direitos humanos e afirmam que não há poder judiciário independente no país . Há relatos de trabalhos forçados, tráfico de pessoas e trabalho infantil , e o governo é conhecido por usar a violência sexual como instrumento de controle.

As eleições parlamentares de 1990 foram as primeiras em 30 anos, na qual a Liga Nacional pela Democracia, chefiada por Aung San Suu Kyi, recebeu mais de 60% dos votos e mais de 80% dos assentos na Assembleia. Entretanto, o regime militar anulou o resultado do pleito. Aung San Suu Kyi, que ganhou reconhecimento internacional como ativista pela democracia em seu país e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991, tem sido mantida em prisão domiciliar.

Os representantes eleitos em 1990 formaram o Governo Nacional de Coalizão da União de Myanmar, um governo-no-exílio que é considerado ilegal pelo regime militar .

No entanto, ele esteve detida em prisão domiciliar por 15 dos 21 anos desde 20 de julho de 1989 até recentemente em 13 de novembro de 2010, tornando-se um dos mais proeminentes prisioneiro políticos do mundo.

Em 1 de Abril de 2012, seu partido a Liga Nacional Pela Democracia anunciou que ela tinha sido eleita deputada (Pyithu Hluttaw) no Parlamento Birmanês, representando os constituintes de kawmu, seu partido ganhou 43 das 45 vagas na casa baixa. Os resultados das eleições foram confirmados pela comissão oficial eleitoral no dia seguinte.

Em 6 de junho de 2013, Suu Kyi anunciou ao Forum Econômico Mundial de que concorreria para a presidência de Myanmar nas eleições de 2015. Suu Kyi é proibida de acordo com a constituição, entretanto, de se tornar presidente e isto não pode ser emendado sem, pelo menos, um legislador militar.

Em 2014, ela foi listada pela Forbes como a 61ª mulher mais influente no mundo.

Inicialmente Publicado em Conversando Sobre História