sábado, fevereiro 25, 2012

Coragem Política na Valorização dos Concursados

Temos publicado bastante em nosso Twitter (@mphp) a ideia de que o governo precisa estabelecer um basta nas nomeações político partidárias limitando os cargos políticos aos Ministros e seus Secretários Executivos, como acontece em qualquer democracia evoluída no mundo.

Dessa maneira, não só acabaríamos com a orgia do Toma-Lá-Dá-Cá como também aumentaríamos a eficiência da máquina pública que não sofreia a paralisação comum nos primeiros seis meses de cada novo governo, seja no nível federal, estadual ou municipal.



Recentemente, tivemos uma nomeação a Presidente oriunda dos próprios quadros funcionais, na maior estatal brasileira. Por que isso não pode ser implementado para as demais? Estaríamos valorizando os funcionários de carreira, que sempre assistem o pouso de aves estranhas em seu ninho, muitas vezes de outras espécies, não identificadas com a sua população.

Bastaria para isso, se não estamos enganados, de um simples Decreto Presidencial, que poderia estabelecer algumas exceções caso elas sejam cabíveis.

A implementação de uma medida como essa nos parece tão necessariamente óbvia quanto simples, pois para tanto, bastaria a coragem política da presidente. E não estamos sequer considerando a enorme economia para os cofres públicos, ajudando nos cortes em tempos de crise financeira mundial.

Os partidos de oposição, que tanto criticam o loteamento político dos cargos de governo, poderiam encampar essa medida em suas plataformas políticas ou quem sabe, conseguimos mobilizar a sociedade novamente como no projeto Ficha Limpa?

Está lançada a ideia, agora e disseminá-la.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Greve de PMs Expõe Moralidade Humana

Uma das características humanas que recentemente comecei a notar de maneira mais evidente é o fato de que todos temos ideologias, crenças, mandados e que nossas atitudes se pautam convenientemente por esses fatores. A imparcialidade , o julgamento justo é uma quimera e por isso mesmo as cortes superiores se utilizam de colegiados para proferir suas sentenças.

Se analisarmos as opiniões de autoridade e políticos sobre as greves de policiais militares em duas ocasiões, 2001 e agora em 2012 podemos observar nitidamente como é que nós humanos, agimos de modo distinto sob circunstâncias diferentes.

Vejam como se manifestou Lula, naquela ocasião (2001) oposição ao governo do PSDB na Bahia:


"Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. Veja, o que o governo tentou vender? A impressão que passava era de que, se não houvesse policial na rua, todo o baiano era bandido. Não é verdade. Os arrastões na Bahia me lembraram os que ocorreram no Rio em 92, quando a Benedita (da Silva, petista e atual vice-governadora do Rio) foi para o segundo turno (nas eleições para a prefeitura). Você percebeu que na época terminaram as eleições e, com isso, acabaram os arrastões? Faz nove anos e nunca mais se falou isso", disse Lula
(Folha.com 26/07/2001 - 16h03)


Hoje, com seu correligionário Jaques Wagner no governo, Lula que até apoia uma greve que é proibida pela Constituição (Art.142), nunca emitiria uma opinião estapafúrdia como a de 2001.

Essa não é uma característica específica dos políticos, apenas eles não estão imunes a ela como seres humanos.

A paixão partidária faz com que elementos da sociedade associem as prisões atuais por atos de vandalismo e incitação à desordem pública com as prisões políticas que foram realizadas na época da ditadura sob o véu do AI5 e Lei de Segurança Nacional. Somente a ideologia é capaz dessa falta de bom senso de justificar atos de vandalismo e motim sem punição pela lei invocando, de forma anacrônica, que as eventuais prisões guardam alguma semelhança a atitudes da ditadura militar.

Por outro lado, dentro dessa questão de segurança já é hora de discutir a desmilitarização das polícias estaduais, isso sim uma herança dos anos militares. A continuarmos com as polícias militares a sociedade precisa através de seus governantes tornar claro que greves de organizações militares são proibidas pela Constituição e são na verdade motins tipificados pela legislação militar e não comportam anistias ilegais de líderes.