quarta-feira, janeiro 15, 2014

Minha Casa, Minha Dívida, Nossa Favela

As evidências do fracasso social do Programa Minha Casa Minha Vida são novos capítulos da tragédia de desmandos desta política assistencialista que vem corroendo a economia deste país por décadas, desde meados do século passado.

Não bastasse estarmos em anos eleitoral e o governo planejasse gastar mais um bilhão com o programa para garantir votos, surgem as notícias da situação em que se encontram os conjuntos habitacionais já entregues, nos quais existe falta de pagamentos, instalação de "gatos" de energia elétrica, puxadinhos, e é claro, o conhecido tráfico de drogas, além das complicações no convívio de pessoas, que segundo declarações dos próprios síndicos destas comunidades, não estavam preparados para morar em um condomínio e os estão transformando em favelas.

Fica claro que a montanha de dinheiro aplicada nestes programas eleitoreiros seria muito melhor empregada se destinada à educação e à saúde, destinações que se constituem nas únicas formas de combater o atraso social em que vivemos.

Mas os assistencialistas de plantão não permitem isso, querem perpetuar o instrumento de caça votos deste inepto sistema político brasileiro que é exercido inclusive na composição do apoio do governo no Congresso. A nefanda política do Toma-Lá-Dá Cá.

Vaga Certa, Será?



O recente anúncio pela prefeitura do Rio de Janeiro, de que irá instalar em breve um sistema inteiramente automatizado para controlar o estacionamento de veículos na cidade, nos parece mais uma quimera do País dos Coitadinhos.

Não estamos aqui contestando a iniciativa, pelo contrário a consideramos de extrema necessidade por afastar o oportunismo e porque não dizer a criminalidade que envolve a utilização dos chamados flanelinhas. Na foto de Gabriel Paiva/ O Globo o vendedor de talões desfila com um molho de chaves dos carros estacionados; ao fundo, um flanelinha que divide a rua com ele

Mas infelizmente estamos no País dos Coitadinhos e o exército de flanelinhas, coitadinhos, que ficarão sem ocupação certamente vão acordar o outro exército de assistencialistas que vem detonando a economia deste país desde há muito tempo, como já apontava Emil Farah em 1966.

Dificilmente, a Prefeitura do Rio irá encontrar uma solução que resolva este problema e certamente o que veremos é a ocupação, segundo o sindicato da categoria, deste 6 ou 7 mil guardadores, em atividades inúteis, encostados nas empresas que serão encarregadas de operar o sistema. Não existe empreendimento comercial que resista a isso.

Portanto, torcemos, mas pagamos para ver esta implantação até o fim do ano, como pretende a Prefeitura.

Nessa Terra, Nem O Futebol

A recente confusão no final do Campeonato Brasileiro de 2013 e seus desdobramentos na justiça, vem mostrando que nesta terra nem o futebol que era decantado como uma de suas riquezas, escapa da total falta de planejamento, jeitinhos e comportamento antiético que cada vez mais se estampa com marca registrada desta sociedade.

Independente de qualquer torcida clubista, mas olhando unicamente pelo bom senso, uma decisão nos foros desportivos que deveria bastar está sendo contestada e sendo objeto para minutos de fama de uma série de advogados de porta de xadrez que esperam com isso repercussão publicitária.

As manifestações de torcedores e pasmem, até de dirigentes, contra a decisão do Tribunal Esportivo, são completos absurdos demonstrando um total desconhecimento de como se exerce a lei tentando levar para a justiça decisões movidas pelas paixões puramente clubistas.

Nada pior internacionalmente e como desserviço para a imagem do país, já tão abalada pelos desmandos da preparação para a Copa, do que uma interrupção judicial do Campeonato Brasileiro de 2014 e pior ainda uma real virada de mesa visando acomodar 24 clubes no campeonato deste ano em um colossal jeitinho brasileiro.

Esperemos que a justiça comum, que está sendo chamada ao teatro por estes aproveitadores rejeite todas estas tentativas permanecendo a decisão do foro esportivo, evitando assim, prejuízos para a imagem do desporto brasileiro, já tão atingida.