quinta-feira, fevereiro 09, 2012

Greve de PMs Expõe Moralidade Humana

Uma das características humanas que recentemente comecei a notar de maneira mais evidente é o fato de que todos temos ideologias, crenças, mandados e que nossas atitudes se pautam convenientemente por esses fatores. A imparcialidade , o julgamento justo é uma quimera e por isso mesmo as cortes superiores se utilizam de colegiados para proferir suas sentenças.

Se analisarmos as opiniões de autoridade e políticos sobre as greves de policiais militares em duas ocasiões, 2001 e agora em 2012 podemos observar nitidamente como é que nós humanos, agimos de modo distinto sob circunstâncias diferentes.

Vejam como se manifestou Lula, naquela ocasião (2001) oposição ao governo do PSDB na Bahia:


"Acho que, no caso da Bahia, o próprio governo articulou os chamados arrastões para criar pânico na sociedade. Veja, o que o governo tentou vender? A impressão que passava era de que, se não houvesse policial na rua, todo o baiano era bandido. Não é verdade. Os arrastões na Bahia me lembraram os que ocorreram no Rio em 92, quando a Benedita (da Silva, petista e atual vice-governadora do Rio) foi para o segundo turno (nas eleições para a prefeitura). Você percebeu que na época terminaram as eleições e, com isso, acabaram os arrastões? Faz nove anos e nunca mais se falou isso", disse Lula
(Folha.com 26/07/2001 - 16h03)


Hoje, com seu correligionário Jaques Wagner no governo, Lula que até apoia uma greve que é proibida pela Constituição (Art.142), nunca emitiria uma opinião estapafúrdia como a de 2001.

Essa não é uma característica específica dos políticos, apenas eles não estão imunes a ela como seres humanos.

A paixão partidária faz com que elementos da sociedade associem as prisões atuais por atos de vandalismo e incitação à desordem pública com as prisões políticas que foram realizadas na época da ditadura sob o véu do AI5 e Lei de Segurança Nacional. Somente a ideologia é capaz dessa falta de bom senso de justificar atos de vandalismo e motim sem punição pela lei invocando, de forma anacrônica, que as eventuais prisões guardam alguma semelhança a atitudes da ditadura militar.

Por outro lado, dentro dessa questão de segurança já é hora de discutir a desmilitarização das polícias estaduais, isso sim uma herança dos anos militares. A continuarmos com as polícias militares a sociedade precisa através de seus governantes tornar claro que greves de organizações militares são proibidas pela Constituição e são na verdade motins tipificados pela legislação militar e não comportam anistias ilegais de líderes.

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