quinta-feira, agosto 29, 2013

Indiferença



O Congresso Nacional deu mais uma demonstração de ser um poder indiferente aos reclamos da sociedade. Em uma seção de votação secreta manteve o mandato de um deputado condenado, com sentença já transitada em julgado e  preso.

Não se pode esperar mais nada de um a instituição que já perdeu completamente o respeito da sociedade brasileira e vive mergulhada em um mar de corrupção. clientelismos e privilégios.


Deu assim, uma mensagem clara de que adotará o mesmo procedimento com os deputados condenados no processo do mensalão. 


As manifestações populares de junho pareciam mostrar que os políticos apontariam a política brasileira para novos rumos, mas foi só a poeira baixar a e os velhos hábitos antiéticos voltaram a prevalecer.

Não vemos possibilidades de mudanças nestas práticas sem o surgimento de ações exógenas ao Congresso, que provoquem uma ruptura não ortodoxa e radical, que provoquem, drasticamente, o abandono da mentalidade política vigente.


sábado, julho 27, 2013

São Jorge, Por Favor me Empresta o Dragão!

Novo artigo de Tarciso Filgueiras, na MPHP, abordando com muito humor as manifestações populares que explodiram no país em junho de 2013.

O santo é conhecido por lutar e derrotar o dragão da maldade. Mas, nesta altura do campeonato, o povo pede não a simples ajuda do mítico guerreiro. Somente a presença dele já não basta. Parece que o povo quer é o próprio dragão. Aquele bicho enorme, com cara de dinossauro, que lança fogo pelas narinas, que destroi, arrasa e mata e esfola e devora!


Acesse em:
São Jorge, Por Favor me Empresta o Dragão!


*Tarciso Filgueiras é professor e pesquisador 

segunda-feira, junho 17, 2013

Equívocos e mentiras em torno da PEC 37

Do Blog de Wellington Saraiva ~ Temas de Direito para o cidadão, livros e algo mais. 

Vale a pena ler para se informar: 

Protestos: Auspiciosos, mas por motivos menores.

Saudamos como auspiciosas as manifestações pública da sociedade nas ruas por seus direitos, mas consideramos que estamos gastando muita energia em causas menores, não completamente justificáveis como os aumentos das passagens urbanas, em detrimento da canalização de toda esta energia para um problema maior: A corrupção nos governos.

A violência policial, despreparada para enfrentar protestos pacíficos legítimos, os está transformando em demonstração da truculência das nossas polícias, conseguindo assim levar a mensagem para fora do país, onde os brasileiros estão protestando nas ruas, em apoio aos manifestantes e contra a violência policial.

Esta é a hora de virarmos o mote contra a corrupção e banirmos da vida pública aqueles políticos apenas comprometidos com seus próprios objetivos políticos e pessoais.

Os mesmos p
olíticos que se preparam para retirar os poderes investigativos do Ministério Público, através da PEC 37, que deverá ser votada pelo Congresso Nacional até o final deste mês, com enormes possibilidades de ser aprovada, anulando esta conquista espetacular da Constituinte Cidadã, que se mostrou instrumento eficaz contra os desmandos das autoridades deste país e que por isso mesmo alguns entendem que deva ser aniquilado.

De nada adianta que sejam mostrados aos parlamentares os prejuízos da perda da independência das investigações sobre governos e autoridades através de um poder independente e que é objeto de admiração internacional, de nada adianta mostrar que independente da competências das polícias civis e federal, crimes de pena baixa, como por exemplo, os ambientais, ficarão impunes, pois prescreverão antes da finalização dos inquéritos e muitas outros prejuízos da retirada da investigação do Ministérios Público, pois o parlamento toma-lá-da-cá só pensa em retaliação ao MP, independente dos prejuízos que advirão ao país.

Causas como estas precisam destas manifestações populares mais do que os aumentos das tarifas de ônibus urbanos.

quarta-feira, junho 12, 2013

Por que estudar História?

Laura de Mello e Souza é professora titular de História Moderna da Universidade de São Paulo. É autora de O Diabo e A Terra de Santa Cruz (1986) e O Sol e a Sombra (2006), entre outros livros. Organizou e foi co-autora do primeiro volume de A História da Vida Privada no Brasil


Publicamos o excelente artigo da professora Laura de Mello e Souza responde a uma pergunta muitas vezes colocadas por alunos secundaristas em sala de aula.


Para responder esta pergunta, a primeira frase que me ocorre é a resposta clássica dada pelo grande Marc Bloch a seu neto, quando o menino lhe perguntou para que servia a História e ele disse que, pelo menos, servia para divertir. Após 35 anos de vida profissional efetiva, como pesquisadora durante seis anos e, desde então – 29 anos – também como docente na Universidade de São Paulo, considero que a diversão é essencial, entendida no sentido de prazer pessoal: a melhor coisa do mundo é fazer algo que gostamos de fato, e eu sempre adorei História, sempre foi minha matéria preferida na escola, junto com as línguas em geral, sobretudo italiano e português, e sempre mais a literatura que a gramática.

Mas a História é, tenho certeza disso, uma forma de conhecimento essencial para o entendimento de tudo quanto diz respeito ao que somos, aos homens. Os humanistas do renascimento diziam que tudo o que era humano lhes interessava. A História é a essência de um conhecimento secularizado, toda reflexão sobre o destino humano passa, de uma forma ou de outra, pela História. Sociologia, Antropologia, Psicologia, Política, todas essas disciplinas têm de se reportar à História incessantemente, e com tal intensidade que o historiador francês Paul Veyne afirmou, com boa dose de provocação, que como tudo era História, a História não existia (em Como escrever a História). Quando os homens da primeira Época Moderna começaram a enfrentar para valer a questão de uma história secular, que pudesse reconstruir o passado humano independente da história da criação – dos livros sagrados, sobretudo da Bíblia – eles desenvolveram a erudição e a preocupação com os detalhes, os fatos, os vestígios humanos – as escavações arqueológicas, por exemplo – e criaram as bases dos procedimentos que até hoje norteiam os historiadores. Mesmo que hoje os historiadores sejam descrentes quanto à possibilidade de reconstruir o passado tal como ele foi, qualquer historiador responsável procura compreender o passado do modo mais cuidadoso e acurado possível, prestando atenção aos filtros que se interpõem entre ele, historiador, e o passado. Qualquer historiador digno do nome busca, como aprendi com meu mestre Fernando Novais, compreender, mesmo se por meio de aproximações. Compreender importa muito mais do que arquitetar explicações engenhosas ou espetaculares, e que podem ser datadas, pois cada geração almeja se afirmar com relação às anteriores ancorando-se numa pseudo-originalidade.

Sem querer provocar meus companheiros das outras humanidades, eu diria que a Antropologia nasce a partir da História, e porque os homens dos séculos XVI, XVII e XVIII começaram a perceber que os povos tinham costumes diferentes uns dos outros, e que esses costumes deviam ser entendidos nas suas peculiaridades sem serem julgados aprioristicamente. É justamente a partir desse conhecimento específico que os observadores podem estabelecer relações gerais comparativas e tecer considerações, enveredar por reflexões mais abstratas. Portanto, a História permite lidar com as duas pontas do fio que possibilita a compreensão do que é humano: o particular e o geral.

A História é fundamental para o pleno exercício da cidadania. Se conhecermos nosso passado, remoto e recente, teremos melhores condições de refletir sobre nosso destino coletivo e de tomar decisões. Quando dizemos que tal povo não tem memória – dizemos isso frequentemente de nós mesmos, brasileiros – estamos, a meu ver, querendo dizer que não nos lembramos da nossa história, do que aconteceu, por que aconteceu, e daí escolhermos nossos representantes de modo um tanto irrefletido – na história recente do país, o caso de meu estado e de minha cidade são patéticos - de nos sentirmos livres para demolirmos monumentos significativos, fazermos uma avenida suspensa que atravessa um dos trechos mais eloquentes, em termos históricos, da cidade do Rio de Janeiro, o coração da administração colonial a partir de 1763, o palácio dos vice-reis. Quando olho para a cidade onde nasci, onde vivo e que amo profundamente fico perplexa com a destruição sistemática do passado histórico dela, que foi fundada em 1554 e é dos mais antigos centros urbanos da América: refiro-me a São Paulo. Se administradores e elites econômicas tivessem maior consciência histórica talvez São Paulo pudesse ter um centro antigo como o de cidades mais recentes que ela – Boston, Quebec, até Washington, para falar das cidades grandes, que são mais difíceis de preservar.

Não acho que se toda a humanidade fosse alimentada desde o berço com doses maciças de conhecimento histórico o mundo poderia estar muito melhor do que está. Mas a falta do conhecimento histórico é, a meu ver, uma limitação grave e, no limite, desumanizadora. Acho interessante o fato de muitas pesquisas indicarem que, excluindo os historiadores, obviamente, o segmento profissional mais interessado em História é o dos médicos. Justamente os médicos, que lidam com pessoas doentes, frágeis e amedrontadas diante da falibilidade de seu corpo e da inexorabilidade do destino humano. E que têm que reconstituir a história da vida daquelas pessoas, com base na anamnese, para poder ajudá-las a enfrentar seus percalços. Carlo Ginzburg escreveu um ensaio verdadeiramente genial, sobre as afinidades do conhecimento médico e do conhecimento histórico, ambos assentados num paradigma indiciário (refiro-me ao ensaio “Sinais – raízes de um paradigma indiciário”, que faz parte do livro Mitos – emblemas – sinais). Portanto, volto ao início, à diversão, e acrescento: o conhecimento histórico humaniza no sentido mais amplo, porque ajuda a enxergar os outros homens, a enfrentar a própria condição humana.

quinta-feira, abril 25, 2013

Como Não Fazer História


Foi liberado recentemente um documentário intitulado " 1964 - Um Golpe contra o Brasil" dirigido por Alípio Freire, patrocinado pelo Ministério da Cultura e embora não entrando no mérito detalhado do conteúdo, vamos tecer comentários relativamente à metodologia histórica da elaboração deste documento. 

O documentário é nitidamente um trabalho de cunho político-partidário, que não se atrela a nenhum critério historiográfico e não encerra qualquer compromisso com a isenção ou com as perceptivas de ambos os lados em conflito. Apesar disto, o documentário vem recebendo enorme aprovação nas redes sociais e vem sendo promovido diretamente pelo Ministério da Cultura.

Não se quer aqui afirmar que não existiram violências de Estado, especialmente, após 1968, no período dito da ditadura militar, que precisam ser apuradas, mas é preciso acabar com o romantismo dos esquerdistas bons-moços que lutavam pela liberdade, pois caso a vitória lhes sorrisse é certo que teríamos implantada em nosso país uma ditadura de esquerda nos moldes da ditadura castrista, com cerceamento da liberdade tão ou mais duro do que o do regime militar de 64.

As diversas pessoas entrevistadas para compor o documentário são identificadas com as forças combatidas pela repressão liderada pelo governo militar que se instalou com o movimento de 1964.

Estas pessoas estão hoje principalmente alocadas em partidos políticos como o PT, PDT, PC do B e movimentos sociais de esquerda como o MST, embora existissem entre as forças  que combatiam a repressão pessoas relevantes, incluindo até o presidente da UNE na época, que teve papel relevante nos acontecimentos, estando presente no famoso comício da Central do Brasil em 1964, mas hoje como muitos opositores ao regime militar de então, estão nas fileiras de oposição ao governo. 

Elas não tem nada a dizer, ou sua condição de oposicionistas ao governo de hoje não  as credenciam para relatar os fatos de então? Teriam, se o documentário visasse o registro histórico e não a construção de uma peça de propaganda partidária.

Os que são credenciados pelo documentário para relatar os fatos são apenas os que apoiam hoje o governo, inclusive o patético PC do B, que publicou um ridículo documento de apoio à Coreia do Norte quando recentemente recrudesceu a retórica de ataques entre as Coreias e os E.U.A.

Além de suas características que não o credenciam como um documento histórico o documentário termina fazendo alusões ao que seria o Brasil, um verdadeiro mar de rosas, com todos os seus problemas de educação, moradia e saúde resolvidos, caso o Plano Trienal de Jango tivesse sido aplicado. 

Em todas essas suposições a narradora Márcia Telles pergunta: você sabia que se.....? Como se não tivessem sido organizados outros planos no Brasil e como se planejamento no Pais fosse uma ciência exata com resultados garantidos. Uma verdadeira piada, do mesmo quilate que a nota de apoio à Coreia do Norte publicada pelo PC do B.

Em suma, os acontecimentos de 1964 ainda estão muito vivos nas memórias das pessoas que ainda vivem e os presenciaram, o que faz com que as fontes disponíveis não sejam adequadas para análises históricas isentas.

terça-feira, março 26, 2013

Que País é Esse

Professores deviam ser saudados de pé quando entrassem em sala de aula e jamais agredidos por alunos ou pais de alunos como parece ser a pratica atual nesse pais. Não incluem nos currículos disciplinas que desenvolvem a cidadania por um mesquinho preconceito com matéria nesta direção que eram aplicadas durante o regime militar. Estudantes das escolas públicas não reverenciam os símbolos nacionais como era praxe e por isso não aprendem a valorizar valores como o respeito aos mestres.

Da mesma forma verbas liberadas para tragédias deveriam ser encaminhadas para os municípios atingidos e não desviadas e após dois anos as pessoas continuarem desabrigadas.

O dito crescimento da classe média, tão reverenciado pelo governo, deveria vir acompanhado não só de melhorias no poder aquisitivo, mas também das condições sociais. Que classe média é essa que não tem esgoto, não sabe ler e não tem educação cívica. Do que vale propiciar veículos para quem não tem condições de seguir as leis do trânsito.

Infelizmente o que assistimos é uma constante violação dos mínimos direitos da sociedade e o país ostenta os primeiros números na economia e os últimos na qualidade de vida e no desenvolvimento social.

Enquanto isso as pessoas que supostamente deviam trabalhar para corrigir estas distorções são as que mais estão divorciadas da realidade brasileira e se preocupam, exclusivamente, com seus futuros políticos e seus bolsos.

Infelizmente, não dá mais para acreditar nesse país que mesmo na economia onde supostamente vai bem, começa a sofrer os efeitos das políticas erradas orientadas por lobbies e o poder econômico de grupos que impedem este desenvolvimento para garantir seus feudos. Ai está a nossa safra presa nos portos por causa de falta de infraestrutura portuária, hidroviária e ferroviária.

Já que o papa não foi brasileiro, só esperando, como disse a presidente, que Deus seja brasileiro e corrija tudo isso mandando muitos para o inferno.

Curta e compartilhe nosso texto a respeito no FB: Respeito a Mestres e Professores

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Cristianismo

Mais um excelente artigo de Tarciso Filgueiras na MPHP. 

Um ensaio sobre o Cristianismo. 

Leia em Cristianismo

A Absurda Teoria Queer

Os meios acadêmicos homossexuais elaboraram uma estranha teoria, supostamente, com o intuito de ajudar na justa inserção dos direitos igualitários, mas extrapolaram em termos de apelação acadêmica e até vão de encontro, antagonicamente, aos movimentos LGBT, que a não ser talvez através das lideranças, pouco tem acesso a toda essa intelectualidade.

Em novo artigo da MPHP.


Leia A Absurda Teoria Queer. 


Na Foto: Richard Miskolci. um dos intelectuais brasileiros da Teoria Queer.

sábado, janeiro 26, 2013

Engôdos Presidenciais

O governo da Presidente Dilma age como se todos os brasileiros fossem idiotas. Uma medida séria para diminuição das tarifas de energia, obviamente, teria que atacar o maior vilão das altas tarifas: a elevada tributação.

Em vez disso, Dilma preferiu diminuir a margem das operadoras, ação nem sequer aceita por algumas operadoras estaduais. Assim fazendo, o governo não só reduz a capacidade de investimento destas operadoras, projetando dificuldades futuras, como também se vê obrigado a compensar as perdas através do Tesouro Nacional, que injetará R$ 3 bilhões nas contas destas operadoras.

Com estas medidas, o governo Dilma visando aliviar o bolso do consumidor, tira do bolso do contribuinte, que no fundo são as mesmas entidades.

Nem as eliminações do PIS e Confins do custo do setor elétrico, que foi inclusive propaganda de campanha da presidente, o governo teve coragem de realizar. Não houve também nenhum esforço junto aos governos estaduais no sentido de negociar reduções nos altíssimos ICMs estaduais.

Tudo não passa de golpe midiático enganando o cidadão menos informado.