terça-feira, novembro 27, 2012

Conversando Sobre História

Fundamos em 26/11/2012 uma página associada à MPHP, no Facebook, para podermos conversar, informalmente, sobre História.

A ideia desta página é resgatar um antigo sonho de realizar conversar informais sobre História. Assim como os cafés literários tão comuns na Inglaterra do século 19 e até mesmo nos dias de hoje. Através da página podemos conversar, informalmente, sobre História. Não somos historiadores, melhor que isto, somos amantes do estudo da História e gostamos de compartilhar nossos achados. Quem não privilegia o passado não tem direito ao futuro.

Não indicamos explicitamente na página do FB nossa associação com a MPHP, a não ser pelo nosso logo fazendo parte do canto superior do mosaico da capa da página.

Acesse e curta no topo da página para receber os posts (É preciso clicar curtindo a página no topo e não em qualquer um dos posts) e comece a conversar sobre História.

ConversandoSobreHistoria.

quarta-feira, novembro 14, 2012

Mensalão: Paralelos Históricos


É sempre interessante procurarmos paralelos históricos para atos políticos do presente ao observarmos a atitude de alguns membros proeminentes do partido do governo. Vejamos, por exemplo, algumas possíveis comparações negativas que estes dirigentes estão merecendo quando se referem aos resultados do julgamento da Ação Penal 470, conhecida como mensalão.

A desfaçatez e a capacidade de justificar práticas erradas assemelha-se muito às argumentações de Henrique VII quando buscava a anulação pelo papa de seu casamento com Catarina de Aragão, que unicamente visava abrir caminho para colocar sua mais nova amada, Ana Bolena, em seu lugar.

Henrique VIII se esforçou para justificar que a anulação se prendia a problemas de consciência por ter se casado com a esposa de seu irmão falecido, na sua visão um ato pecaminoso. Uma consciência que levou cerca de 20 anos para ser despertada  A resposta  sobre se o casamento anterior de Catarina com seu doente irmão fora consumado ou não, jamais saberemos. Existem evidências para as duas hipóteses. O que precisa ser evidenciado é que esta questão já havia sido julgada com a obtenção da dispensa do Papa para a cerimônia, aliado ao fato que, exatamente por isso, o rei já estava casado por quase 20 anos com Catarina.

Assim, por pura conveniência, ele esperneou, esperneou e quando a anulação não foi concedida rompeu com a Igreja Católica criando a Igreja Anglicana com todos os perigos que, no mundo de então, uma decisão destas implicava. Muito sangue correu na Inglaterra entre aqueles que não aceitavam a guinada religiosa com a troca do poder religioso papal pelo poder absoluto do rei, 
o consequente afastamento de Roma e a aproximação com as ideias de Martinho Lutero.

Da mesma forma, estes dirigentes petistas estão exercendo o "juris espeniandi" e o meu receio é que como já provaram que não têm medida de nada, acabem convencendo a Presidente a uma futura anistia para os mensaleiros. Tudo para defender "companheiros", às custa de ataques às instituições da república, as quais nunca trabalharam para fortalecer.

Dentro destes ambiente, até o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, responsável pela administração do sistema penitenciário brasileiro, afirmou que preferiria a morte a cumprir pena em uma dessa unidades medievais no dizer dele. O curioso é que seu partido governa o país por 10 anos e só agora, quando companheiros estão ameaçados de se hospedarem no sistema, ele enxerga este fato.

Uma anistia aos condenados da ação penal 470 seria tão danosa ao país interna e externamente quanto a atitude de Henrique VII, que por motivos puramente pessoais, rompeu com um poder que na época tinha enorme peso entre as nações ocidentais, fazendo o povo inglês sofrer sérias consequência pelo seu ato.

domingo, outubro 28, 2012

Choque de Gestão


A ocasião das eleições municipais é uma boa hora para discutirmos, tanto a gestão pública, como a privada, no Brasil.

O que se percebe é que uma parcela muito pequena dos municípios brasileiros foca na excelência da gestão e o que se vê nas discussões pré eleitorais são os debate de questões menores, na maioria ligadas a controvérsias políticas.

Recentemente, foi liberado mais um relatório do Banco Mundial, enfocando o tempo necessário para que as empresas resolvam suas questões com o fisco, que se constitui um bom indicativo de como a gestão é encarada em nosso país por nossas autoridades.

Permanece o estamento burocrático, de longa data denunciado por Raimundo Faoro, em sua obra os "Donos do Poder".

Este relatório mostra, que desde 1992, sem nenhuma melhora de lá para cá, o Brasil é campeão mundial no tempo em que as empresas se dedicam para ficar em dia com as obrigações tributárias, dentre um universo de 178 nações pesquisadas.

O Brasil ostenta a incrível marca de 2600 horas, cerca de 108 dias, o dobro da média mundial e mais do que o dobro do segundo colocado, A Bolívia, com 1080 horas. Dessas 2.600 horas, o estudo aponta que 932 horas (38,83 dias) são gastas com impostos sobre o valor agregado (exemplo do ICMS), 732 horas (30,5 dias) para o pagamento de contribuições trabalhistas e previdenciárias (INSS) e 421 horas (17,54 dias) para fazer o cálculo das obrigações sobre o lucro (Imposto de Renda Pessoa Jurídica).

Pelos longos anos seguidos que este relatório indica esse absurdo, fica claro que não existe por parte das autoridades fiscais nenhuma preocupação em mudar esse quadro.

Este é o "Brasil para Todos" da propaganda oficial, esta é a 6ª economia do mundo, que precisa, urgentemente, de um choque de gestão em todos os níveis.

terça-feira, outubro 23, 2012

Negociações Mal Conduzidas: A Devastação da Tchecoslováquia.


Novo artigo no site Negociart: Ciência e Arte da Negociação, mostra à luz das técnicas modernas de negociação os erros do Ministro Britânico Chamberlain, nas negociações com Hitler, em 1938. A falta de preparação do ministro britânico viria a custar a vida de 25 milhões de pessoas.  

Acesse o artigo no link abaixo:

Negociações Mal Conduzidas: A Devastação da Tchecoslováquia.

quinta-feira, outubro 11, 2012

Ódio, Justificativa Esperniandi

A entrevista de Leonardo Boff hoje pela manhã na CBN resume a argumentação "Juris Esperniandi" dos simpatizantes do PT.

Esquecem que o colegiado que condena os dirigentes petistas é formado em sua maioria por Ministros nomeados pelos Presidentes Lula e Dilma além de um Ministro que militou e trabalhou como advogado para o PT.


Como o ódio pode ser o mote?

Como resistências ao dito projeto do PT pode ser o mote? 

Puramente "juris esperniandi".

A cúpula petista está sendo condenada porque cometeu crimes, ponto e basta. E se o julgamento levou todos estes anos para entrar em pauta deve-se ao processo judicial brasileiro, muito bem explorado pelos advogados de defesa e a sua ocorrência em época de eleição municipal é circunstancial.

O discurso de julgamento de exceção apregoado pelos réus é um desserviço à democracia e um partido que se diz maduro deveria repudiar e não endossar estas afirmações. O Brasil já deixou esta fase há muito tempo.

domingo, setembro 30, 2012

Obscurantismo em São Paulo


Vemos com enorme preocupação os rumos das eleições municipais em São Paulo.

Um candidato sem programa e financiado por esta instituição fundamentalista retrograda chamada Igreja Universal, lidera as pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura da capital paulista.

Como isto é possível em pleno século 21? Só no Brasil

Desrespeita-se a constituição diariamente inclusive com a formação de esdrúxulas e inconstitucionais bancadas evangélicas.

Templos desta seita são transformados em verdadeiros comitês eleitorais do candidato do PRB. Tudo é melhor do que um candidato da IURD, até mesmo o candidato do ex-sapo-barbudo.

A IURD já tentou a mesma coisa no Rio e foi derrotada, acabou elegendo um senador que hoje finge ser Ministro em um Ministério de faz de conta criado para acomodar aliados.

Acordem paulistanos!!!

sábado, setembro 15, 2012

Promovendo Negociação

Sem inspiração para falar de problemas brasileiros, atônito neste mar de lama que se vem à tona neste sábado, fatos que na verdade todos sabiam, prefiro aproveitar o tempo para promover um site que vale a pena divulgar, do que me envolver nesta política nojenta deste pais. 

Estamos nos referindo ao
Negociart.org Ciência e Arte da Negociação.


Novo site, recém lançado online e que apresenta as técnicas de negociação de uma maneira inteligente, ensinando que negociação é metodologia, se aliada à arte tanto melhor, mas que não se pode enviar ninguém para a mesa de negociação confiando-se, exclusivamente, em supostos dons dos negociadores.

Negociação exige preparação, conhecimento dos interesses da outra parte, concessões e busca por ganhos mútuos.

Todos estes ensinamentos você encontra no Negociart, além de Ebooks, Fórum e inúmeros artigos.

quarta-feira, agosto 01, 2012

Brasil Das Leis Que Não Pegam II

Menos de 24 horas depois que publicamos o primeiros desses artigos, mais um episódio característico do faroeste brasileiro. Caminhoneiros vão muito além do direito de ir e vir e bloqueiam a Via Dutra porque não concordam com a Lei 12.619 de 30 de abril de 2012, que visa diminuir os acidentes e mortes nas estradas obrigando o trabalhador a ter descanso de 11 horas entre jornadas além de limitar a jornada de trabalho a oito horas diárias.

Truculência e insensatez impediam até a passagem de ambulâncias com pacientes com hora marcada no Rio de Janeiro. Tudo sob o beneplácito da Polícia Rodoviária Federal.


No Brasil o direito de greve e protesto se transforma em direito de baderna deixando sempre a população à mercê de vândalos e insensatos.

segunda-feira, julho 30, 2012

Brasil Das Leis Que Não Pegam

Remédios sem receita no Balcão
Quando minha família me deu uma educação baseada no respeito às leis e normas vigentes, na honestidade e na ética esqueceu-se que eu viveria no Brasil, um país em que esses valores não são cultuados e quem os cultua sofre angústias todos os dias por se sentir diferente.


O recente episódio no qual a Anvisa recuou de sua norma anterior, pela qual os remédios não dependentes de receita médica ficariam fora do alcance do consumidor é mais um a se somar nas repetidas regulamentações que são contestadas seja pela sociedade, pelos poder econômico ou pela malandragem e desonestidade do povo. São as famosas "leis que não pegam", coisa tipicamente brasileira.


Assim, vem acontecendo com todas as ações que visam o estabelecimento da ordem pública, situação que só temos estabelecida na bandeira, mas não na realidade do dia-a-dia da população brasileira.


Afirma a Anvisa que sofreu inúmeras pressões e os laboratórios praticam cartel e se associam aos comerciantes para empurrar para os consumidores os remédios mais caros que rendem maiores comissões aos balconistas.


A pergunta que não quer calar: os laboratórios agiriam assim em seus países de origem, onde as normas são muito mais rígidas e o paciente muitas vezes sequer sabe a substância que está tomando? Duvido, mas aqui é a casa da mãe Joana, eles sabem que leis não pegam, a impunidade graça, e manipulam.


Até quando vamos continuar assistindo a criminalidade pela televisão, escondendo dinheiro na cueca, recebendo propina e continuando a ser votada e eleita impunemente.

sexta-feira, julho 27, 2012

Evangelhos e o Mito Cristão

Qumran Scroll
Eu fico impressionado, como existem pessoas preparadas, com um certo nível cultural e que certamente têm acesso às pesquisas que nos últimos 200 anos têm sido realizadas sobre o personagem Jesus e sua história e ainda falam em termos de um Jesus como sendo inteiramente responsável pelo que está dito e relatado nos três evangelhos sinóticos e no evangelho de João.  Quando me refiro a história não quero dizer os escritos evangélicos que além de não serem peças inteiramente históricas, ao contrário dos que os cristãos propalam, seus autores não foram nem contemporâneos ao fatos e nem as pessoas cujos nomes  são atribuídos à escrita desses evangelhos. Na verdade, desconhecemos os verdadeiros autores.

A pesquisa histórica séria, já provou que nem tudo que está nos evangelhos foi dito ou realizado por Jesus, mas também por comunidades que o reverenciavam e ajudaram a criar o mito Jesus, incluindo ai a ressurreição.

Jesus e seus seguidores imediatos eram Fariseus, Jesus não tinha nenhuma intenção de fundar uma nova religião. Ele se considerava como o Messias da tradição judaica no sentido intrínseco do termo. i.e., um líder humano que restauraria a monarquia judaica, expulsaria os invasores romanos, estabeleceria um estado independente judeu e inauguraria uma nova era de paz, justiça e prosperidade. (conhecida como o Reino de Deus) para todo o mundo.

Jesus acreditava ser a figura profetizada na Bíblia Hebraica que realizaria todas essas coisas. Ele não era um militarista e não construiu um exército para lutar com os Romanos, uma vez que acreditava que Deus realizaria o grande milagre de quebrar o poder de Roma. O milagre teria lugar no Monte das Oliveiras, tal como profetizado no livro de Zacarias. Quando este milagre não aconteceu, sua missão falhou. Ele não tinha intenção de ser crucificado como um ser divino e teria encarado esta ideia como pagã e idólatra, um pecado contra o primeiro dos dez mandamentos.

Sequer a ideia de amor aos inimigos era original de Jesus, pois já existia na tradição judaica.

Os primeiros seguidores de Jesus, liderados por Tiago e Pedro, fundaram a Igreja de Jerusalém após a morte de Jesus. Eles eram chamados de Nazarenos e relativamente a todos os preceitos judaicos suas crenças eram indistintas das dos Fariseus, com exceção de que acreditavam na ressurreição de Jesus e que Jesus era realmente o Messias prometido. Eles não acreditavam que Jesus era uma pessoa divina, mas acreditavam que por milagre de Deus, ele tinha sido trazido novamente à vida após sua morte na cruz e breve voltaria para completar sua missão de expulsar os Romanos e iniciar seu reino messiânico.

Os Nazarenos não compactuavam de que Jesus havia ab-rogado a religião judaica ou o Torá. Por terem conhecido Jesus, pessoalmente, eles estavam seguros de que ele observara a religião judaica toda a sua vida e nunca havia se rebelado contra ela. Suas curas aos sábados não eram contra a lei Farisaica.

Os Nazarenos eram eles próprios bastante fiéis às leis religiosas judaicas. Eles praticavam a circuncisão não comiam das comidas proibidas e demonstravam grande respeito ao Templo. Também não se consideravam como pertencendo a uma nova religião; sua religião era o judaísmo. Estabeleceram sinagogas para seu uso, mas também compareciam a sinagogas não-Nazarenas em certas ocasiões e realizavam o mesmo tipo de sacrifício nas suas sinagogas que os demais judeus praticavam. Esse é um termo que pode ter causado a confusão na denominação de Jesus como "O Nazareno", denominação que provavelmente não tinha relação com a pequena vila de Nazaré, sequer citada no Velho Testamento, no Talmude, nos Evangelhos apócrifos ou na literatura rabínica.
 

Muitos como Jesus pregavam naquela época, mas é certo que algumas condições, especialmente, aquelas ocorridas na Galileia contribuíram para que em particular Jesus tivesse sua história eternizada nesse mito que se transformou no cristianismo. Ficaria muito longo discorrer sobre essas circunstâncias aqui, são fruto de mais de 20 anos de estudo do Jesus Histórico.

Se essas pesquisas chegassem ao grande público haveria uma chance de a população cristã compreender que está comprando um mito como verdade e então o cristianismo se tornaria mais puro, como doutrina de vida e não como uma forma de salvação que favorece aos aproveitadores, especialmente, os neopentecostais?