domingo, outubro 28, 2012

Choque de Gestão


A ocasião das eleições municipais é uma boa hora para discutirmos, tanto a gestão pública, como a privada, no Brasil.

O que se percebe é que uma parcela muito pequena dos municípios brasileiros foca na excelência da gestão e o que se vê nas discussões pré eleitorais são os debate de questões menores, na maioria ligadas a controvérsias políticas.

Recentemente, foi liberado mais um relatório do Banco Mundial, enfocando o tempo necessário para que as empresas resolvam suas questões com o fisco, que se constitui um bom indicativo de como a gestão é encarada em nosso país por nossas autoridades.

Permanece o estamento burocrático, de longa data denunciado por Raimundo Faoro, em sua obra os "Donos do Poder".

Este relatório mostra, que desde 1992, sem nenhuma melhora de lá para cá, o Brasil é campeão mundial no tempo em que as empresas se dedicam para ficar em dia com as obrigações tributárias, dentre um universo de 178 nações pesquisadas.

O Brasil ostenta a incrível marca de 2600 horas, cerca de 108 dias, o dobro da média mundial e mais do que o dobro do segundo colocado, A Bolívia, com 1080 horas. Dessas 2.600 horas, o estudo aponta que 932 horas (38,83 dias) são gastas com impostos sobre o valor agregado (exemplo do ICMS), 732 horas (30,5 dias) para o pagamento de contribuições trabalhistas e previdenciárias (INSS) e 421 horas (17,54 dias) para fazer o cálculo das obrigações sobre o lucro (Imposto de Renda Pessoa Jurídica).

Pelos longos anos seguidos que este relatório indica esse absurdo, fica claro que não existe por parte das autoridades fiscais nenhuma preocupação em mudar esse quadro.

Este é o "Brasil para Todos" da propaganda oficial, esta é a 6ª economia do mundo, que precisa, urgentemente, de um choque de gestão em todos os níveis.

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