domingo, outubro 05, 2014

Leonor de Provença


Embora as mulheres só viessem a ser governantes na Inglaterra bem mais tarde, Leonor da Provença, se não governou oficialmente, teve forte influência nas decisões do Rei, Henrique III.

Ela exerceu forte influência sobre o marido, beneficiando parentes franceses e tentando controlar seu filho e herdeiro Eduardo I, levando à rebelião dos barões conduzida por Simão V de Montfort, VI conde de Leicester, durante a Segunda Guerra dos Barões que foi travada em entre 1264 e 1267.

O seu marido foi capturado na Batalha de Lewes, em 1264, juntamente com seu filho Eduardo e Leonor de Provença viu-se forçada a refugiar-se na corte de França junto de sua irmã a rainha Margarida de Provença.

Em 1265, Eduardo escapa se reorganiza com seus barões e lorde aliados e bate Montfort na Batalha de Eversham

Henrique III de Inglaterra, que continuava rei, mas era controlado por Montfort, recupera suas funções do trono em 1265 e Leonor volta a Inglaterra, sendo no entanto mantida à margem da política. A guerra continuará a ser travada com o filho de Montfort, Simon de Montfort.

Quando o seu marido morreu em 15 de Novembro de 1272, tentou, sem êxito recuperar o poder movendo a sua influência na corte. Não teve no entanto sucesso. O seu filho Eduardo I assume o poder e encarrega-a de educar vários dos seus netos enquanto ele e sua esposa, Leonor de Castela partem para as Cruzadas.

Alguns anos depois retira-se para a abadia de Amesbury, em Wiltshire, onde acabou por morrer em 24 de Junho de 1291 aos 68 anos de idade. Encontra-se sepultada nesta abadia.

Fonte: Marc Morris
Imagem: Supostamente Leonor da Provença - Você acredita? A vestimenta parece-me muito gata, fora dos padrões do século 12. Não quero dizer com isto nem melhor nem pior, apenas fora do padrão de beleza. Não consegui determinar a origem desta imagem. Acho que algum fã da Eleanor a produziu

Originalmente Publicado em Conversando Sobre História

sexta-feira, agosto 08, 2014

Refletindo: Conflitos Israel-Palestina



Quando se pensa sobre os conflitos no oriente médio a questão que deve ser logo colocada na mesa é a seguinte:

Não existem mocinhos e bandidos, os dois lados incorporam as duas qualificações em épocas e situações distintas ao longo da história. Ora um lado é o mocinho ora o outro e vice-versa.

Não pretendo fazer um resumo completo dos problemas do oriente médio pois isso começaria pela Antiguidade Babilônia e Mesopotâmica e se seguiria pelos Impérios Romano e Bizantino, pelo Império Otomano,pela Idade Média,pelo Iluminismo, pelos séculos 20 e 21, e cada passagem dessa merece um livro individual.


Podemos identificar as raízes deste conflito após a dispersão dos judeus durante o império romano para o Oriente Médio e Europa.

Quando a Palestina se tornou possessão bizantina, nos anos 300, os cristãos bizantinos eram, particularmente, hostis aos judeus.

As Cruzadas a Terra Santa foram desastrosas para os judeus residentes na Palestina, que se tornaram os alvos dessas cruzadas. Com o domínio otomano a situação melhorou um pouco pelo menos até a metade do século 19 , pois o declínio do poderio otomano impunha pesadas taxas a qualquer residente da Palestina, independente da religião.

Os acontecimentos na Europa logo criaram novas ondas de imigrações de judeus para a Palestina onde o antissemitismo era um tema recorrente desde as Cruzadas, pois os cruzados usavam a crucificação como mote para assassinar judeus sob o pretexto destes serem os "assassinos de Cristo". Apesar disto, a situação na Europa variava de país para país.


Então, nasce o Sionismo como reação ao antissemitismo, através de uma série de manifestações escritas. Ao final de 1870, havia cerca de 25.000 judeus na Palestina multiplicando a população judaica na área o que conduzia a conflitos com a população árabe. Inicia-se o pleito da população judaica pela instalação de um estado judeu na região. 
A partir deste momento este povo disperso acaba ganhando a simpatia mundial para estabelecer seu estado entre as nações do mundo, o que é completado em 1948, pela Assembleia das Nações Unidas. Com isso, a pequena faixa de terra localizada ao longo do Mediterrâneo, entre o Líbano e o Egito, tornou-se alvo de disputas entre judeus e palestinos.



As reações de países árabes como Síria, Egito, Iraque Jordânia e Líbano levaram às guerras de 1949 e 1967 (a chamada Guerra dos Seis Dias). Nestas guerras Israel aumentou deu domínio territorial na região, através de conquistas de territórios egípcios e sírios como a península do Sinai a Faixa de Gaza e as colinas de Golan.

Entre estas guerras tivemos a crise do Canal de Suez quando o Egito aproveitou o anúncio da retirada britânica de tropas na região e expeliu os oficiais britânicos da Zona do Canal, nacionalizando-o. Em uma rara oportunidade de cooperação das superpotências, os ingleses e franceses, que estavam preocupados com a possibilidade de Nasser, controlar o canal, foram obrigados pelos EUA e URSS a se retirar. Uma força internacional da ONU, composta de tropas de vários países, inclusive o Brasil,protegeu a zona do Canal.

A retaliação árabe veio anos mais tarde após a morte de Nasser e a ascensão de Anwar Sadat, que embora aparentemente mais moderado que seu antecessor, foi forçado a retrucar a humilhação de 1967 na tentativa de recuperar terras no Sinai. Foi a Guerra do Yon Kippur ou, como denominada pelos árabes, Guerra do Ramadan em 1973. As forças armadas judaicas desta vez não repetiram as atuações estelares de 1949 e 1967. A Síria recuperou parte das colinas de Golan e o Egito parte do Sinai. Depois doa crise dos mísseis de cuba em 1961, este foi o momento de maior tensão nuclear na guerra fria entre os EUA e a então União Soviética.

A partir então dos anos 70 a visão de bom moço de Israel de 1948, que tentava estabelecer para seu povo disperso um estado nacional, se alterou para alguns, que começaram a entendê-la como a de um agressor imperialista. Por outro lado, em 1972, durante as Olimpíadas de Berlim, o mundo começou a tomar conhecimento do terrorismo em suporte à causa Palestina e de lá para cá o nome de organizações como Hamas e Hezbolá começaram a fazer parte do noticiário da mídia internacional, produzindo a confusa e insolúvel situação que enxergamos nos dias de hoje. Os palestinos que tomaram os reféns pertenciam a um grupo chamado Setembro Negro. Na época, o líder da OLP (Organização Para Libertação da Palestina) Yasser Arafat, afirmou que não havia conexão entre a OLP e o grupo Setembro Negro. Em 1999 esta conexão foi confirmada em um livro escrito pelo líder do Setembro Negro, Abou Daoud.

Em Dezembro de 1988, o líder da OLP, Yasser Arafat, anunciou duas importantes mudanças em sua plataforma de organizações: O grupo renunciou formalmente o uso do terrorismo e concordou como direito da existência do estado de Israel. A ONU havia reconhecido a OLP como representante dos Palestinos em 1998, mas somente após estas declarações, os EUA concordaram em negociar com a representação da OLP.

Como escrevi no início, um resumo mais completo sobre toda esta questão seria muito mais do que estas poucas linhas e precisaria também incluir relatos sobre as influências que as participações dos britânicos, até pouco após a 2ª Guerra Mundial e dos americanos, principalmente após a 2ª Guerra Mundial e o comercio mundial de petróleo tiveram no desenvolvimento desses acontecimentos.

Originalmente Publicado em Conversando Sobre História.


terça-feira, junho 17, 2014

Homossexualidade Grega


Um dos temas mais controversos da antiguidade é a descrição do fenômeno de comportamentos e sentimentos homossexuais que são encontrados na literatura e na arte grega entre o oitavo e o segundo séculos AEC.

Para o propósito da argumentação nesta postagem, homossexualidade é definida como a disposição para buscar prazer sensorial através do contato corporal com pessoas do mesmo sexo, em vez da preferência pelo sexo oposto.

Pode muito bem existir outros propósitos para os quais esta definição seria superficial e inadequada; mas a cultura grega difere da nossa na disposição para reconhecimento da alternação entre orientações homossexual e heterossexual no mesmo indivíduo, em sua negativa implícita de que tal alternação ou coexistência cria problemas peculiares para o indivíduo ou para a sociedade, em sua compreensiva resposta para expressões abertas de desejo homossexual em palavras e comportamentos, e em seu gosto pelo tratamento desinibido de temas homossexuais na literatura e nas artes visuais.

Como e quando e porque a homossexualidade aberta e não reprimida tornou uma característica tão evidente é um tema sujeito a especulações. Debates violentos, escritos entusiasmados, o silêncio envergonhado, vôos de fantasia: poucos aspectos da sociedade na antiguidade são tão contestados como a pederastia grega, ou, como veremos a seguir, homossexualidade.

Desde que o britânico K.J. Dover publicou seu influente e clássico livro "Greek Homosexuality", mostrado na imagem, uma avalanche de novos estudos tem aparecido.

Muitos estudiosos preferem a abordagem histórica e estão convencidos de que a pederastia teve origem em ritos de iniciação do Dórios. Os dórios foram a última tribo a migrar para a Grécia, e eles são geralmente descritos como verdadeiros He-men, com uma cultura muito masculina. De acordo com os defensores desta teoria, a pederastia veio a se estabelecer ma ilha de Creta, onde os homens crescidos costumavam sequestrar adolescentes. Supõe-se que esta prática se espalhou a partir de Creta para o continente grego. Na cidade de Esparta, não era incomum que um guerreiro cuidasse de um recruta e ficasse ao seu lado no campo de batalha, onde os dois homens bravamente protegiam um ao outro.

Especialmente nos círculos aristocráticos, acredita-se que a pederastia era comum. Há, de fato, um grande número de fotos em vasos que mostram como um amante mais velho, o erastes, corteja um menino, os eromenos. Eles parecem não ser da mesma idade: o erastes tem uma barba e desempenha um papel ativo, enquanto que o adolescente não tem barba e permanece passivo. Ele nunca vai tomar uma iniciativa, parece tímido, e se acredita que não gostava da união sexual.

Seu amante mais velho chega ao orgasmo por contato anal ou intercrural ("Intercrural" significa que os erastes movia seu pênis entre as coxas do rapaz) Em um vaso, você nunca vai ver um menino com uma ereção, mesmo quando seus erastes toca seus genitais . Muitos estudiosos modernos assumem que, assim que o adolescente tinha uma barba, o caso de amor tinham de ser encerrado. Então, ele precisava encontrar uma eromenos para si

Também, ao contrário do que é alardeado, era certamente vergonhoso quando um homem com uma barba permanece como parceiro passivo (pathikos) e era ainda pior quando um homem se permitir ser penetrado por outro homem adulto. Os gregos ainda tinha uma expressão pejorativa para essas pessoas, a quem denominavam kinaidoi. Eles eram alvos de zombaria pelos demais cidadãos, especialmente escritores de comédia, como Aristófanes.

Portanto, deve-se ter cuidado ao atribuir-se práticas do século 21 relacionadas com o amor entre pessoas do mesmo sexo, com a mesma significância na antiguidade

Este é um tema extenso que jamais daria para ser abordado eu uma postagem. Consiste em tema de livros inteiros, portanto, para não emitirmos conceitos deturpados, é importante que se conheça trabalhos corajosos e pioneiros, como este apresentado nesta postagem, bem como os que se sucederam, para se entender verdadeiramente como funcionava a dita homossexualidade na antiguidade, aliás um termo específico da modernidade e que não se aplicaria às práticas dos antigos gregos.

Este é um tema que precisa ser tratado com a seriedade que estamos tratando aqui, para evitar as bobagens históricas que são ditas, tanto para exaltar como para ridicularizar. Eu convido a todos que se interessam pelo estudo da história e dos costumes, a se despirem de preconceitos e refletirem sobre esta pequena postagem e se possível, tentar obter este e outros livros de diversos autores sobre o tema. Outra alternativa é a busca de artigos na Internet. Existem alguns muito bons.

Originalmente Postado em: Conversando Sobre História

quinta-feira, maio 22, 2014

Viés Cultural ou Não?

Temos no Ocidente uma visão clara de que a mulher não é portadora do mesmos direitos civis que o homem na sociedade islâmica. Isto é comprovado por inúmeras organizações ao redor do mundo e mesmo no mundo islâmico, que lutam pela igualdade dos direitos da mulher.

No entanto, os maiores líderes islâmicos negam esta situação e afirmam, exatamente, o contrário; de que a mulher no Islã desfruta os mais elevados níveis de posição na sociedade.

Utilizando-me do mesmo expediente da última postagem, vamos postar alguns textos do líder supremo da revolução iraniana Imã Khomeini. São afirmações feitas em 1978/1979 quando ainda se encontrava exilado. Esta afirmações têm um elevado valor e conceito entre o povo islâmico, no mesmo nível dos textos sagrados.

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[Extraído de "Position Of Women From The Viewpoint of Iman Khomeini, Publicado pelo The Institute for Compilation and Publications of Iman Khomeini's Works (International Affair Division)" - Tradução do inglês por Mário Porto]

"O Islã cumpriu um papel para a mulher sem precedentes na História. O Islã tirou a mulher do lamaçal e a reconduziu à sua identidade. O Xiismo é uma escola revolucionária de pensamento e uma continuação do verdadeiro Islã do Profeta. Não só o xiismo não retira a mulher da sociedade como a propicia adquirir um status elevado. O Islã toma a mulher pela mão e a torna igual ao homem, enquanto antes do Profeta a mulher não tinha legitimidade. O Islã deu à mulher força.

Nós desejamos que a mulher alcance o mais alto nível na humanidade.

Infelizmente, a mulher foi vitimizada no passado, na era da ignorância, antes do advento do Islã. Durante este período, a mulher era tratada com opressão, tratada como animal e até mesmo pior do que os animais. Então, veio o Islã e outorgou sua benção na humanidade, retirou a mulher daquele estado de opressão e a resgatou daquela lama de ignorância.

As mulheres são seres humanos, grandes seres humanos. As mulheres são as educadoras da sociedade, É do colo da mulher que os verdadeiros seres humanos se originam. O sucesso ou o fracasso de um país depende da mulher. Sob o cuidados das mulheres os bravos homens são criados. As mulheres tem a função de criar e formar os verdadeiros seres humanos. As nações que inibem esta função da mulher declinam e colapsam.

A posição da mulher é a maior. As mulheres no Islã desfrutam este posto."

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A dificuldade é dialogar com uma cultura que afirma estes princípios, mas não parece, pelo menos aos nossos olhos, praticá-los.

Será tudo isto uma viés de interpretação ocidental?

Este tipo de questão é fundamental que seja compreendida, se algum dia imaginarmos que o conflito Leste-Oeste possa ser resolvido de uma forma definitiva.

O fato interessante é que estas afirmações do Imã Khomeini não são falsas. Antes do Islã era ainda pior. Meninas eram sacrificadas apenas por nascer meninas e mulheres eram consideradas como bens ou pior. O Islã, efetivamente melhorou o status da mulher na arábia medieval dando-lhe direitos que não possuíam.

O problema é cotejar esses direitos do ponto de vista do ocidente do século 21. A mulher nos países muçulmanos são sujeitas a restrições consideradas intoleráveis no ocidente.

O que existe após o Islã são condutas patriarcais tradicionais tribais, adotando práticas diferentes das que estão previstas no Corão.

Publicado inicialmente em: Conversando Sobre História

Série Alexandre e Seu Exército (Em Um Só Artigo)


Artigo único sobre a Série Alexandre e Seu Exército, que foi publicada em 15 postagens 
Publicado na Conversando Sobre História, em março.

Você tem toda a série em um só arquivo. 

sábado, abril 12, 2014

Oi, Olha a Hipocrisia Esquerdóide

Os defensores de direitos humanos, sempre de plantão em situações como estas, provavelmente desejavam que a Polícia Militar do Rio de Janeiro, cumprisse um legítimo mandado judicial que visava a reintegração de posse de um imóvel ocupado, tratando manifestantes que incendeiam ônibus, depredam agências bancárias e saqueiam supermercados, com flores na mão.

Mais um capítulo da hipocrisia que reza neste país quando questões sociais geradas por invasões inconsequentes, claramente orquestradas, desembocam em ações policiais.

Não há mais muito o que escrever sobre estes fatos de violência que já se tornaram corriqueiros e que são causados, desde junho de 2013, por um sentimento de que tudo pode neste país e que nada acontece em termos judiciais.

terça-feira, fevereiro 11, 2014

Badalem os "Sininhos" Para o Retorno das Mães ao Lar!

O século XX viu a chamada libertação da mulher decantada aos quatro ventos como uma conquista que as conduziu ao competitivo e estressante mercado de trabalho, aos poucos, em pé de igualdade com os homens.

Será uma conquista real ou uma vitória de Pirro?

Quando enxergamos esta juventude de certa forma abandonada, pretendendo pertencer a alguma coisa nem que sejam organizações criminosas ou terroristas no afã de se afirmarem como pertencentes ao mundo, a mensagem nos parece dizer outra coisa bem diferente do que vitória ou conquista.

Ações inconsequentes de jovens que não entendem suas próprias razões levam a acontecimentos como a morte de um cinegrafista cobrindo uma manifestação legítima se pacífica fosse e não infiltrada por "black-blocs", que se virados de cabeça para baixo e sacudidos, não cairia uma ideia sequer no chão, grupo tão pouco original, que sequer um nome nativo ostenta.

Sei perfeitamente que muitas vozes se levantarão sobre esta crítica ao abandono da mulher ao lar em prol da carreira como machismo, mas eu classifico como humanismo. Não estou negando a possibilidade da mulher se aventurar no mercado do trabalho, a vida moderna, da maneira que a estamos forjando, até exige isto, mas este é um terreno destinado para aquelas que conseguem conciliar as duas coisas e sabemos que muitas não conseguem priorizar a mais nobre das missões, muitas vezes por temerem serem ridicularizadas, pasmem, com o título de donas de casa.

O que é mais importante do que forjar a geração futura? Que carreira tem mais importância do que isto?

Não temos ilusão de imaginar que este movimento da mulher possa ser reversível, Não o é, mas precisamos começar a debater mecanismos sociais que compensem a ausência da mulher do lar, seja atuando diretamente sobre a criação de maiores privilégios para as próprias mulheres, como horários realmente flexíveis, tarefas que possam ser realizadas em casa, o que com o advento do moderno processamento de dados é uma realidade ou através de instrumentos de crescimento pessoal subsidiados, para evitar a estagnação cultural, um dos reclamos que fizeram a mulher colocar a administração da família em segundo plano.

Se continuarmos a olhar para esta situação sem nada fazer, podemos esperar para um futuro não muito distante, o aparecimento e crescimento de ações que estamos acostumados a ver apenas em países embrenhados em guerras ou conflitos étnicos e nos quais o terrorismo se instalou como chaga de uma sociedade doente. Aliás, os ataques a ônibus em várias capitais já é um prelúdio.

quarta-feira, janeiro 15, 2014

Minha Casa, Minha Dívida, Nossa Favela

As evidências do fracasso social do Programa Minha Casa Minha Vida são novos capítulos da tragédia de desmandos desta política assistencialista que vem corroendo a economia deste país por décadas, desde meados do século passado.

Não bastasse estarmos em anos eleitoral e o governo planejasse gastar mais um bilhão com o programa para garantir votos, surgem as notícias da situação em que se encontram os conjuntos habitacionais já entregues, nos quais existe falta de pagamentos, instalação de "gatos" de energia elétrica, puxadinhos, e é claro, o conhecido tráfico de drogas, além das complicações no convívio de pessoas, que segundo declarações dos próprios síndicos destas comunidades, não estavam preparados para morar em um condomínio e os estão transformando em favelas.

Fica claro que a montanha de dinheiro aplicada nestes programas eleitoreiros seria muito melhor empregada se destinada à educação e à saúde, destinações que se constituem nas únicas formas de combater o atraso social em que vivemos.

Mas os assistencialistas de plantão não permitem isso, querem perpetuar o instrumento de caça votos deste inepto sistema político brasileiro que é exercido inclusive na composição do apoio do governo no Congresso. A nefanda política do Toma-Lá-Dá Cá.

Vaga Certa, Será?



O recente anúncio pela prefeitura do Rio de Janeiro, de que irá instalar em breve um sistema inteiramente automatizado para controlar o estacionamento de veículos na cidade, nos parece mais uma quimera do País dos Coitadinhos.

Não estamos aqui contestando a iniciativa, pelo contrário a consideramos de extrema necessidade por afastar o oportunismo e porque não dizer a criminalidade que envolve a utilização dos chamados flanelinhas. Na foto de Gabriel Paiva/ O Globo o vendedor de talões desfila com um molho de chaves dos carros estacionados; ao fundo, um flanelinha que divide a rua com ele

Mas infelizmente estamos no País dos Coitadinhos e o exército de flanelinhas, coitadinhos, que ficarão sem ocupação certamente vão acordar o outro exército de assistencialistas que vem detonando a economia deste país desde há muito tempo, como já apontava Emil Farah em 1966.

Dificilmente, a Prefeitura do Rio irá encontrar uma solução que resolva este problema e certamente o que veremos é a ocupação, segundo o sindicato da categoria, deste 6 ou 7 mil guardadores, em atividades inúteis, encostados nas empresas que serão encarregadas de operar o sistema. Não existe empreendimento comercial que resista a isso.

Portanto, torcemos, mas pagamos para ver esta implantação até o fim do ano, como pretende a Prefeitura.

Nessa Terra, Nem O Futebol

A recente confusão no final do Campeonato Brasileiro de 2013 e seus desdobramentos na justiça, vem mostrando que nesta terra nem o futebol que era decantado como uma de suas riquezas, escapa da total falta de planejamento, jeitinhos e comportamento antiético que cada vez mais se estampa com marca registrada desta sociedade.

Independente de qualquer torcida clubista, mas olhando unicamente pelo bom senso, uma decisão nos foros desportivos que deveria bastar está sendo contestada e sendo objeto para minutos de fama de uma série de advogados de porta de xadrez que esperam com isso repercussão publicitária.

As manifestações de torcedores e pasmem, até de dirigentes, contra a decisão do Tribunal Esportivo, são completos absurdos demonstrando um total desconhecimento de como se exerce a lei tentando levar para a justiça decisões movidas pelas paixões puramente clubistas.

Nada pior internacionalmente e como desserviço para a imagem do país, já tão abalada pelos desmandos da preparação para a Copa, do que uma interrupção judicial do Campeonato Brasileiro de 2014 e pior ainda uma real virada de mesa visando acomodar 24 clubes no campeonato deste ano em um colossal jeitinho brasileiro.

Esperemos que a justiça comum, que está sendo chamada ao teatro por estes aproveitadores rejeite todas estas tentativas permanecendo a decisão do foro esportivo, evitando assim, prejuízos para a imagem do desporto brasileiro, já tão atingida.