sexta-feira, agosto 19, 2011

Edmundo, Prescrição e Ética

Temos escrito, frequentemente, sobre ética até abordando atitudes do ex-presidente Lula e nesses textos sempre deixamos claro a noção de que a ética é uma necessidade da subsistência humana, mas essa exige também uma dose de educação, pois os princípios éticos são teóricos, são universais e são regras, diferentemente, dos aspectos morais que são respectivamente, práticas, culturas e condutas de regra.

Ao analisarmos a conduta do ex-jogador Edmundo quando ele agradece a seus seguidores no twitter por uma suposta torcida em seu favor, após beneficiar-se da impunidade permitida pelas leis brasileiras que levaram o STF a extinguir sua pena, verificamos que ele e muitos dos ditos seguidores no Twitter encaram isso como normal. Isto é, consideram que é, absolutamente, ético a torcida para que um condenado permaneça impune.

Tanto Edmundo, como muitos desses seguidores apenas demonstram um despreparo cultural que lhes impede de perceber que estão protagonizando um papel antiético. Evidentemente, que nenhum deles tem responsabilidade pelo fato das leis brasileiras permitirem a procrastinação que acaba levando à extinção da pena.

É lamentável, mas é esse despreparo na educação, que se manifesta, por exemplo, no nosso trânsito caótico, nos fiscais que não fiscalizam e emitem laudos sem vistorias causando com bastante frequência resultados fatais que produzem relativismos no julgamento ético e transformam em normais, atitudes do dia-a-dia, que deveriam ser evitadas por todos em benefícios de todos.

Nada impede que o Edmundo de pena extinta leve uma vida normal, tanto no seu aspecto particular como no lado profissional, mas o que se espera e que ele compreenda a benesse recebida, que permite que ele seja um condenado impune, mas não permite que agrida a sociedade e, especialmente, as famílias de suas vítimas com demonstrações de "não-estou-nem-ai", como por exemplo angariar que lhe sigam na rede social twitter para que alcance a marca de 100.000 seguidores. Melhor seria que se mantivesse discreto, pelo menos durante o tempo que deveria durar sua pena, que foi extinta por obra de recursos ridículos, mas infelizmente legais de seus advogados.

O curioso é que quando postamos em nosso Twitter algo nesse sentido, sua reação foi de se colocar como nosso seguidor (@mphp) demonstrando algo que não sei bem se uma provocação ou uma bandeira branca.

Esperamos, sinceramente, que esse exemplo do ex-jogador sirva para que a sociedade organizada se mobilize para finalmente mudar essa construção legal que tem promovido tanta impunidade sobre os olhares estupefatos da sociedade.



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