quarta-feira, setembro 16, 2009

Fumo Amigo


Depois que a iniciativa da Lei Antifumo, colocada em vigor em São Paulo, começou a se espalhar pelos demais Estados da Federação identifiquei um movimento interessante dos fumantes; estão querendo negar o óbvio, ou seja, começam a sofismar sobre os malefícios do fumo.

Encontrei dos sites exercitando esta política. FumantesUnidos e EuFumo.

Os sites apresentam uma abordagem ligeiramente diferente para o mesmo objetivo de defender os fumantes tentando transformá-los em vítimas de perseguição de uma sociedade autocrática.

O primeiro deles, FumantesUnidos, ostenta uma clara apologia ao ato de fumar baseando sua argumentação inteiramente na contestação das novas leis antifumo que começam a proliferar rapidamente por todo o país. Procuram apresentar estatísticas, que já se mostraram falaciosas em países que aboliram o fumo em locais fechados há mais tempo que o Brasil, alegando prejuízos dos bares, boates e restaurantes. Pesquisas em cidades como Dublin e Nova York mostram exatamente o contrário, pois não foi registrada queda do índice de emprego que pudesse ser associada à Lei e por outro lado foram registradas significantes reduções da poluição do ar e de incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares em empregados do setor.

O segundo site, EuFumo é mais sutil e sob o mote e um manto de defesa do fumante e não do fumo apresenta argumentações similares e chega ao cúmulo de apresentar supostas evidências de que fumante passivo não existe. Chegam ao ponto de afirmar que as mortes anuais em virtude do fumo passivo são de apenas 3.000 nos E.U.A de onde as estatísticas são tomadas e não os asustadores números propalados pela propaganda oficial do Ministério da Saúde. Ora, que sejam os 3.000 que eles consideram. Uma só morte já seria suficiente para que fossem estudadas medidas contra o fumo passivo.

O curioso nessas argumentações é que os fumantes, se dizendo perseguidos, invocam o direito da liberdade de decidir pelas suas ações e se esquecem que as pessoas expostas à fumaça de seus cigarros também têm direitos a serem preservados e um deles é não ser incomodado por essa fumaça.

Alegam que a lei é, extremamente, rigorosa e draconiana, no que talvez tenham razão, mas a causa disso foi, certamente, o comportamento deseducado e antiético da grande maioria dos fumantes ao longo dos anos. A lei só se faz necessária quando a falta de comportamento adequado da sociedade a exige.

Batalham pela manutenção dos fumódromos que todos sabemos que para serem eficazes precisam estar, inteiramente, isolados das demais áreas do estabelecimento, com todo o aumento de custos que isso representa e não os arremedos tais como a antiga separação física nos aviões que descaradamente ludibriava os não-fumantes e acabou sendo causa freqüente de um dos mais agressivos tipos de câncer pulmonar e típico nos viajantes aéreos intensivos.

Nesta reivindicação por fumódromos esquecem-se dos funcionários dos estabelecimentos. Seriam todos fumantes? Seriam ambientes "self-services"?

Em suma, assim como se acostumaram a mais de 50 anos a não fumar nas salas de cinema e a cerca de 20 anos a não fumar nos aviões os fumantes vão acabar se ajustando e o melhor ajuste é, sem dúvida, parar de fumar.

3 comentários:

Anônimo disse...

"Nesta reivindicação por fumódromos esquecem-se dos funcionários dos estabelecimentos."
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Bem, então nesse caso, por uma questão de COERÊNCIA, os mesmos autores desta leis que proibem os fumódromos por esta alegação, tinham que proibir as churrascarias. Nestes locais os funcionários ficam inalando fumaça de carvão o dia inteiro. Seria esta fumaça atóxica?
Já ouviram falar dos benzopirenos? São substâncias cancerígenas produzidas pela combustão do carvão.
E aí?
Só porque não há pesquisas sobre riscos à saúde causados pela combustão do carvão em ambientes fechados, como as churracarias, os supostos defensores da saúde do trabalhador não vão se opôr a ela?
Fumaça é fumaça.
Se eu fosse dono de churrascaria estaria tremendo de medo deles serem coerentes, porque iriam dizer que meu estabelecimento oferece risco aos funcionários, consequentemente teria de ser fechado por oferecer risco à saúde, uma vez que não existem mecanismos de exaustão sufcientes para extinguir as substâncias presentes na fumaça.
Em suma: Por que fumaça de carvão pode e de cigarro não?
Detalhe: Quem ingere churrasco está fumando pelo estômago, pois os componentes dela são todos ingeridos com a carne.
Com a palavra, os entusiastas defensores da lei antifumo.
Se o criador da Fumantes Unidos ler este blog, deverá ficar orgulhoso, porque viu que foi lembrado.
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Seriam todos fumantes? Seriam ambientes "self-services"?
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Pergunte isso aos funcionários e proprietários das churrascarias.

Claudio disse...

"Batalham pela manutenção dos fumódromos que todos sabemos que para serem eficazes precisam estar, inteiramente, isolados das demais áreas do estabelecimento, com todo o aumento de custos que isso representa e não os arremedos tais como a antiga separação física nos aviões que descaradamente ludibriava os não-fumantes e acabou sendo causa freqüente de um dos mais agressivos tipos de câncer pulmonar e típico nos viajantes aéreos intensivos.

Nesta reivindicação por fumódromos esquecem-se dos funcionários dos estabelecimentos. Seriam todos fumantes? Seriam ambientes "self-services"?"
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Eu gostaria de saber uma coisa: E quanto às churrascarias?
Nestes lugares os funcionários ficam inalando a fumaça do carvão o dia inteiro. Por acaso essa fumaça é inodora e atóxica? Só porque não há estudos mostrando que ela faz mal, ninguém se manifesta?
Para quem não sabe, fumaça de carvão produz os benzopirenos, que são componentes cancerígenos.
E os amantes do churrasco estão fumando pelo estômago, pois ingerem os componentes da fumaça do carvão que impregnam-se na carne.
Se eu fosse dono de churrascaria, estaria tremendo de medo... De os defensores da proibição total ao fumo serem coerentes.
Porque se o problema é a fumaça, não existe meio capaz de a isolar totalmente e ainda tem a saúde dos funcionários a se preocupar; então as churrascarias teriam de ser proibidas.

Anônimo disse...

"A filosofia da MPHP da qual este Blog é um meio de interação foi orientada sobre três pilares básicos: o combate ao obscurantismo religioso(...)"

Encontrei aqui a palavra que buscava: Obscurantismo religioso.
Já fiz antes, em uma comunidade do Okut, uma comparação entre os anti-tabagistas atuantes atuais, com movimentos como a "Marcha da Familia com Deus Pela Liberdade", criado pelos "apavorados" com a então política de João Goulart, até que chegaram os militares e o derrubassem.
Bem, eu comparo essa campanha anti-tabagista atual aos movimentos anti-comunistas do inicio dos anos 60. Eles não estavam 100% errados, mas que havia histeria paranóica; Aahh, havia.
Eu estava pocurando uma expressão para definir essse barulho anti-fumo atual, e encontrei aqui por acaso, ao ler.
Por que não entrevistam fumantes IDOSOS e perguntam-lhes:
1) Há quanto tempo você fuma?
2) Quantos cigarros por dia?
3) Qual é a marca?*
*Este detalhe tem importância, embora os anti-tabagistas digam que não, porque QUALQUER FUMANTE sente a diferença quanto fuma cigarros de marcas diferentes.
Em tempo: Não trabalho para nenhuma industria de cigarro. Sou apenas um fumante que se sente incomodado com esse barulho todo. Eu sempre respeitei não fumantes e/em ambientes fechados, mas agora está demais. Um verdadeiro obscurantismo religioso anti-tabagista.
Agradeço ao(s) dono(s) do blog a oportunidade de me manifestar.
O anõnimo acima sou eu mesmo, Claudio D'Amato, mas não sabia ainda mexer direito na hora de enviar a mensagem.