terça-feira, julho 28, 2009

Humorismo Descolado


Concordamos com o humorista Jô Soares que o humor é fundamental e auxilia através da crítica para a solução de problemas nacionais, mas ressaltando que há de se ter critério em não se transformar tudo em piada para não corremos o risco de desfocar a importância das questões.

Foi o que aconteceu no último dia 22/07 durante o seu programa das quartas-feiras no qual participam as famosas "Meninas do Jô".

Jô, ao comentar a visita de parlamentares a Paris no dia da comemoração da queda da Bastilha com despesas pagas por fabricantes de aeronaves que estão na concorrência para o fornecimentos de caças para o Brasil, fez alguns comentários infelizes que desfocam a importante tarefa de modernização das forças armadas prevista no recente plano Estratégia Nacional de Defesa - END.

Antes de fazer piadinhas do tipo "se o Brasil vai à guerra eu quero ser informado para me alistar" Jô Soares deveria procurar conhecer os objetivos da EAD para não falar bobagens que com sua notável influência como formador de opiniões pode contribuir para minimizar a importância dessa iniciativa para o país, que para a sua execução necessita que toda a Sociedade Brasileira esteja afinada com esses objetivos.

Não Jô Soares, o Brasil não vai à guerra, mas com todas as suas riquezas que estão gerando a cobiça internacional e em função da geopolítica continental precisa ter forças armadas modernas, ágeis e independentes tecnologicamente para assim serem capazes de defendê-las caso necessário.

sábado, julho 25, 2009

Estudo Sugere Que o H1N1 É Mais Perigoso


KurzweilAI.net

O vírus pandêmico da gripe H1N1 (vermelho) tem se mostrado mais virulento do que os cientistas acreditaram inicialmente. A forma filamentosa do vírus, que nesta imagem foi recentemente retirada de células infectadas é também uma imagem incomum: Clique na imagem para aumentá-la: cortesia Yoshihiro Kawaoka.

Um relatório publicado em 13 de julho de 2009 no Journal Nature, escrito por um time internacional de pesquisadores liderados pelo virologista da UW-Madison, Yoshihiro Kawaoka, provê um retrato detalhado do vírus pandêmico e suas qualidades patogênicas.

Em contraste com o vírus comum da gripe sazonal o vírus H1N1 exibe uma habilidade de infectar as células profundamente no pulmão, aonde causa pneumonia e em casos mais graves a morte. O vírus sazonal infecta, tipicamente, somente células da parte mais superficial do sistema respiratório.

"Existe um mal entendido à respeito desse vírus" afirma Kawaoka, um professor de ciências patológica na Escola UW-Madison de Medicina Veterinária e uma autoridade líder em influenza. "As pessoas pensam que essa patogenia pode ser similar à da influenza sazonal. Esse estudo mostra que este não é o caso. Existe uma evidência clara que o vírus é diferente daquele da influenza sazonal."

A habilidade para infectar os pulmões, nota Kawaoka, é uma qualidade assustadoramente similar àquelas de outras viroses pandêmicas, notadamente o vírus de 1918, que matou dezenas de milhões de pessoas no rastro do final da primeira Guerra Mundial. Existem outras similaridades com o vírus de 1918, afirma Kawaoka, uma vez que o estudo também mostrou que pessoas nascidas antes de 1918 adquirem anticorpos que as protegem contra o novo vírus H1N1.

E é possível ele, completa, que o vírus possa se tornar ainda mais patogênco à medida que a atual pandemia siga seu curso e o vírus evolua para aduirir novas características. Estamos agora na estação da gripe no hemisfério sul do mundo e o que se espera é que o vírus retorne com força para o hemisfério norte durante as estações de gripe do outono e inverno.

Para acessar a natureza patogênica do vírus H1N1, Kawaoka e seus colegas infectaram diferentes grupos de camundongos, furões e primatas não-humanos - todos largamente aceitos como modelos para estudo da influenza com o vírus da influenza pandêmico e sazonal. Eles descobriram que o vírus H1N1 replica muito mais eficientemente no sistema respiratório do que o vírus influenza sazonal e causa lesões graves nos pulmões, similares àquelas causadas por outros tipos de vírus de gripe pandêmica mais virulentos.

Mídia, Influenza, Governos e OMS



Algo me diz que a interface Mídia, Governos e a OMS falhou na informação para a população sobre a nova gripe. Começou com a errônea denominação dada à gripe.

É verdade que o desconhecimento inicial sobre a atuação do virus H1N1 tenha contribuído para isso quando a gripe se instalou no México. No entanto, a partir do momento que se teve maior conhecimento dos efeitos da gripe no organismo humano a comunicação com o público deveria ter sido alterada, não para esconder a possível gravidade nas complicações respiratórias que podem levar à morte do paciente, mas para evitar o pânico que se instalou, por exemplo, no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro, lotando hospitais, desnecessariamente, e prejudicando o atendimento daqueles que realmente precisam de internação.

O governo insiste em informar à população que a letalidade da nova gripe é menor do que a da gripe sazonal, mas continuou contabilizando e dando publicidade regular à ocorrência de novos casos e das eventuais mortes, aumentando a cada nova estatística o receio da população. Ora, ninguém tem intimidade com essas estatísticas anunciadas que causam enorme surpresa ao indicarem que morrem milhares de pessoas anualmente em função de gripe sazonal, sendo alguns desses milhares no Brasil (em julho de 2008, segundo o ministro Temporão, teriam sido 4500) e muito menos que sucumbem pessoas jovens e aparentemente saudáveis. Isso só faz aumentar a impressão de que o governo não tem o controle, não sabe o que diz e acaba promovendo a corrida aos hospitais.

Melhor seria parar com as divulgações e instalar uma maciça campanha de informação alertando para as diferenças entre a nova gripe e a gripe comum, detalhando os cuidados de higiene e contato do que a publicação diária de mortes e novos casos ainda mais que sabemos que os casos contabilizados estão longe da realidade.

sexta-feira, julho 24, 2009

Estratégia Nacional de Defesa


Devido à importância e ao brilhantismo do plano END - Estratégia Nacional de Defesa, preparado pelo ex-Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Ungerer, iniciamos uma série de artigos sobre o plano.

Serão quatro artigos, uma visão geral e a visão analisando as três forças, Marinha , Exército e Aeronáutica.

A primeira parte já está publicada na seção Problemas Brasileiros.

quinta-feira, julho 16, 2009

Conformismo Trágico


Triste de se ver o conformismo trágico do delegado da 16ª DP do Rio, aonde Romário foi preso esta semana por dever pensão alimentícia, ao afirmar, com a maior naturalidade, que não aconteceram privilégios e Romário dormiu no chão sobre um pano como todos os outros presos da cela, que por sinal estavam lá pelo mesmo motivo.

Tudo bem com relação à ausência de privilégios, é isto que esperamos, pois a lei é igual para todos, mas dai a considerar normal um preso ter que dormir no chão é que é assustador.

Para onde vão os milhões em impostos pagos pelos cidadãos a ponto de não sobrar verba para pelo menos prover os presos com um simples e barato colchonete.

Ninguém está livre de um flagrante e até mesmo por algum engano penal circunstancial ser colocado em uma prisão temporariamente. O Estado precisa prover condições dignas para os cidadãos que, eventualmente, ou em carater penal definitivo, lotam nossas cadeias e presídios.

Assim como acontece com a violência, parece que a sociedade se acostumou às indignidades perpetradas contra seus cidadãos. Ao mesmo tempo que defendemos mais rigor nas lei penal e corte de privilégios de progressão de penas para crimes hediondos também defendemos condições dignas para todos os presos.

domingo, julho 12, 2009

Reforma Política Anacrônica



Nesta semana a Câmara dos Deputados deu mais uma demonstração de que os nossos deputados pararam no tempo e não aprenderam nada com as crises, com a eleição americana e com os protestos na eleição iraniana e votaram uma reforma política que pretende controlar a Internet.

Os deputados comprovaram o dito que nada é tão ruim que não possa piorar e a nossa última esperança é que o Senado corrija tudo que os deputados fizeram regredir. Esperança meio complicada visto que o Senado está mergulhado em suas próprias mazelas.

Já não bastavam os problemas apontados anteriormente aqui mesmo nesse Blog e que nos fizeram propor uma alternativa para 2010.

Roma Imperial É Aqui II



Depois de passado um ano as coisas pioraram e o artigo "Roma Imperial é Aqui" mereceu uma segunda versão.

Roma Inperial É Aqui II

sábado, julho 11, 2009

Muito barulho em 140 caracteres


De Vanessa Nunes Jornal Zero Hora

Uma boa matéria analítica do Jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, sobre qual o papel e como está a presença do twitter hoje em todo o mundo.

O Twitter relatou a repressão na China, o golpe em Honduras, os distúrbios no Irã, a corrupção no Senado brasileiro e sua rede social planetária aumenta todos os dias.

Até parece que só se fala dele na internet. Tem sido usado tanto pelos jovens para organizar encontros em volta de mesas de bar quanto para políticos adiantar ao público decisões tomadas a portas fechadas. Mistura de blog e rede social, o Twitter é o atual queridinho da web. E, claro, novo alvo da censura chinesa à web.

O serviço foi um dos bloqueados esta semana pelo governo da China na esperança de cortar o fluxo de informações sobre os distúrbios étnicos que levaram a dezenas de mortes na região de Xinjiang. A China é o país com mais internautas no mundo, 300 milhões, mas sofre uma dura censura de conteúdos na rede, especialmente em momentos de tensões políticas ou em datas “sensíveis” para o governo comunista.

No mês passado, já havia sido uma das vedetes dos protestos no Irã, onde houve uma série de manifestações após a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad.

O Twitter é aquele site em que cada um pode publicar mensagens com um limite de até 140 toques. Essas atualizações podem ser acompanhadas em tempo real pelos seus “seguidores”, no vocabulário típico dos seus usuários. Bem, e dá pra “tuitar” até do celular, o que dá mais instantaneidade à ferramenta.

Só que apesar do burburinho, o serviço não é novo. Criado em 2006 nos Estados Unidos, ficou mais conhecido no segundo semestre do ano passado com o uso nas eleições presidenciais americanas. Em 2009, veio a adesão de celebridades, o que jogou mais holofote à ferramenta, deixando de ser coisa só dos geeks, aqueles aficcionados por tecnologia que são os primeiros a aderir às novidades. Tanto que a apresentadora Oprah Winfrey disse “se sentir no século 21” ao adotar o microblog, em abril. O ator de Hollywood Ashton Kutcher, marido da atriz e também usuária do Twitter Demi Moore, venceu uma disputa com a rede de TV CNN por quem chegaria primeiro a 1 milhão de seguidores. Recentemente, o senador democrata Agripino Maia (RN) antecipou via Twitter sua posição favorável ao afastamento do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).

O Twitter é a rede social que mais cresceu no Brasil este ano (477%, apontam os números do Ibope Nielsen Online). Mesmo assim, foi acessado em maio por apenas um em cada 10 pessoas que navegaram na web de casa e do trabalho. Por que, então, tanto alarde?

– É um espaço em que as pessoas estão interagindo, cidadãos comuns e também pessoas com cargos mais importantes, gente mais reconhecida. As informações que elas passam pelo Twitter acabam reverberando mais. Talvez esse seja o impacto. Todo mundo fala, vira um telefone sem fio muito rápido. Essas informações vão atingindo várias redes – explica a pesquisadora de redes sociais Raquel Recuero, professora da Universidade Católica de Pelotas.

Para o analista de internet do Ibope Nielsen Online José Calazans, o fator “novidade” contribui para essa projeção:

– O Twitter entrou na agenda pública como uma ferramenta de disseminação de opinião, mas não é algo que necessariamente esteja sendo muito usado. O Orkut é acessado por sete em cada 10 internautas brasileiros, a diferença é que não é a moda agora.

Também deve-se levar em conta o perfil mais maduro de quem navega por essa rede social. No Brasil, 62% dos usuários do microblog têm entre 18 e 34 anos, indicam as pesquisas do Ibope Nielsen Online.

Um em cada quatro internautas brasileiros com curso superior completo tuíta.

– Os grandes meios hoje de troca de mensagens pelo povão são o Orkut e os torpedos. O Twitter é mais de uma elite intelectual – esclarece a professora de comunicação da Universidade de São Paulo (USP) Beth Saad, especialista nas chamadas mídias sociais.

Há quem ache o Twitter perda de tempo. É verdade que o propósito inicial era responder “o que você está fazendo?”, mas esse uso foi extrapolado. Destaca-se por sua capacidade de se conectar com outras ferramentas, a partir de links seja para um vídeo ou uma notícia. Um exemplo veio do governador da Califórnia, o ex-ator Arnold Schwarzenegger, que fez uma foto do seu avião após um pouso de emergência, em junho, e publicou no Twitter pelo celular dizendo que estava tudo bem com ele.

Ou seja, o Twitter ampliou nossa capacidade de ficar informados. Navegamos mais, seja por links, compartilhados pelos nossos amigos ou pelo seu uso por veículos da imprensa tradicional, que nos informam por lá, remetendo aos seus sites. Para Beth, este não deverá ser daqueles serviços que caem no esquecimento tão logo deixem de ser vistos como novidade. Claro, não é a todos que vai ter utilidade, mas tende a ter um público cativo.

– O Twitter tem se mostrado muito útil porque tem informação. As pessoas vão para o Orkut para encontrar os amigos, para saber da vida dos vizinhos, não para saber o que está acontecendo no mundo – diferencia Raquel.

As empresas também estão procurando tirar proveito desse oba-oba. Mas o destaque talvez seja mesmo o importante papel como palco de mobilização política online. Isso já ocorreu até no Brasil: o movimento Fora Sarney ganhou força em 140 caracteres.

Por isso, não estranhe quando o Twitter virar importante plataforma nas campanhas eleitorais do próximo ano no país. Vai ter muito político querendo seguir a cartilha de Barack Obama e se mostrando antenado com as novas tecnologias. Aliás, há até um site (www.politweets.com.br) que já reúne o nome de alguns políticos brasileiros “tuiteiros”.