segunda-feira, outubro 29, 2007

Complexidade Climática Torna Previsões Imprecisas

# 19:00 25 October 2007
# NewScientist.com news service

De acordo com um novo estudo, os modelos de mudanças climáticas, independente de sua potência, nunca poderão fornecer uma predição precisa de como o efeito estufa aquecerá a Terra.

O resultado disponibiliza munição para aqueles que argumentam que o conhecimento sobre o aquecimento global não é suficiente para garantir qualquer tomada de ação.

As análises são focadas no aumento da temperatura que ocorreria se os níveis de dióxido de carbono na atmosfera dobrassem desde os níveis da revolução pré-industrial. O melhor palpite atualmente para este numero - o qual é uma maneira prática de medir como os clima é sensível ao aumento dos níveis de carbono - é que ele se situa entre 2.0 e 4,5 C. E existe uma pequena chance de que a temperatura se eleve até 8C ou mais.

Para a frustração dos formadores da política esta é uma estimativa que não se tornou mais precisa no curso dos últimos 20 anos. Durante este período, os cientistas estabeleceram que o mundo esta se aquecendo e que a atividade humana é uma das culpadas, mas não estão perto de estabelecer um quadro quão exatamente as temperaturas deverão se elevar.

Agora parece que a estimativa nunca melhorará. A razão se alicerça sobre os feedbacks no sistema do clima. Por exemplo, quando a temperatura aumenta, menos neve estará presente nos pólos. Menos neve significa que a luz solar se refletirá menos para o espaço o que significa mais aquecimento.

Esta realimentação positiva acelera o alerta para aquecimento e também introduz incertezas mas estimativas da sensibilidade climática, afirmam Gerard Roe e Marcia Baker da Universidade de Washington em Seattle.

Mais ainda, eles descobriram que melhores modelos computacionais ou melhores dados de observação não farão muito na redução desta incerteza. Uma melhor estimativa da sensibilidade é o Santo Graal da pesquisa climática, mas é tempo de uma "chamada para a questão" segundo um comentário publicado ao longo do "paper".

Isto predispõe para os ataques a combustíveis por críticos na indústria de petróleo e em outras áreas que argumentam contra investimentos em medidas como energia limpa até que mais seja conhecido sobre as mudanças climáticas. Outros afirmam que devemos atacar mesmo se a sensibilidade climática se situe na parte baixa da escala, uma vez que a áreas litorâneas ainda assim estariam ameaçadas pela elevação do mar, por exemplo.

Finalmente os documentos também ilustram os limites pelos quais os modelos, mesmo aqueles produzidos por computadores super-potentes podem ajudar os políticos nas tomadas de decisão.

"As descobertas reforçam não somente que as políticas climáticas serão necessariamente que ser feitas em face das profundas e irredutíveis incertezas", afirma Roger Pielke, um especialista em política climática da Universidade do Colorado em Boulder, US. "mas também a inconfortável realidade - para os modeladores do clima - que os dólares investidos na pesquisa, em cada vez mais sofisticados modelos de clima, oferecem muito pouco benefício marginal para os tomadores de decisão."

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